Gênero: Progressive Metal
3. Lie to You
9. Take Control (feat. David Ellefson)
10. The Great Filter
Bonus Track
11. Never Again
12. Shallow Grave (Radio Edit)
Link 01 (MP3)
LISTEN
Em muitos aspectos, o Noturnall é uma espécie de continuação do Adrenaline Mob, supergrupo formado em 2011 por Russell Allen (vocalista do Symphony X), Mike Orlando (guitarrista pra lá de técnico e referência no instrumento) e Mike Portnoy (no seu primeiro projeto após a saída do Dream Theater). Também passaram pelo quarteto nomes como John Moyer (baixista do Disturbed), A.J. Pero (baterista do Twisted Sister) e David Z. (baixista que acabou falecendo no acidente sofrido pela banda em 2017 e que levou ao fim do grupo). Orlando então juntou forças com a banda brasileira Noturnall participando da faixa “Wake Up!”, presente no terceiro disco dos caras – 9 (2017) – e entrou definitivamente em 2018.
O Noturnall, que surgiu do fim da segunda encarnação do Shaman, sempre primou por um som super técnico e que conversava com influências mais contemporâneas, e essa característica se intensificou ainda mais com a chegada de Mike Orlando, como mostrou o ao vivo Made in Russia (2020) e fica comprovado de vez no novo trabalho, Cosmic Redemption. E aqui vai uma informação importante: Mike Orlando gravou o disco ao lado de Thiago Bianchi (vocal), Saulo Xakol (baixo) e Henrique Pucci (bateria), mas deixou o quarteto no final de 2022. A solução foi caseira: Leo Mancini, guitarrista original, retornou ao posto.
Cosmic Redemption traz dez canções e foi produzido por Bianchi e Orlando. O disco conta com as participações especiais de Mike Portnoy (em “Scream! For!! Me!!!”), David Ellefson (em “Take Control”) e Ney Matogrosso (em uma versão para “O Tempo Não Para”, de Cazuza), além de Michael Romeo (guitarrista do Symphony X), responsável pela condução das partes orquestradas e dos coros de “Shadows (Walking Through”). O álbum foi lançado apenas em CD em um ato de valorização da mídia física, e até o momento da publicação deste review ainda não está disponível nos streamings de música.
Impressiona a musicalidade apresentada pelo Noturnall em Cosmic Redemption. O trabalho é super pesado, unindo a abordagem mais groove de Orlando com o background power e prog metal de Bianchi, Xakol e Pucci, e o resultado é o melhor disco da banda brasileira até o momento. Épico sem soar exagerado e intrincado sem parecer intransponível, o álbum retrata a maturidade de um grupo de músicos que sempre primou pelo absoluto domínio de seus instrumentos, e que aqui conseguiu soar, além de impressionante, também bastante cativante.
O tracklist é forte e traz vários destaques. “Try Harder”, a música de abertura, é um ótimo cartão de visitas do que virá a seguir. “Reset the Game” traz Mike Orlando com o modo shred ativado e levando toda a banda junto na mesma pegada. O groove dá o tom em “Lie to You”, que tem tudo pra funcionar muito bem ao vivo, enquanto “Shallow Grave” é uma das melhores do álbum e traz o baterista Henrique Pucci mostrando porque é um dos melhores nomes brasileiros do instrumento. O clima dá uma acalmada com a bonita “Shadows (Walking Through)”, onde os belos arranjos orquestrais fazem toda a diferença. Baldes de melodia carregam a música que batiza o disco, a que mais se aproxima do power metal. Já “Scream! For!! Me!!!” é um exercício extremo em todos os sentidos, dos vocais de Bianchi à bateria de Portnoy. A pesada e necessária versão para “O Tempo Não Para” soa super atual, com um interessante contraste entre os timbres de Thiago e Ney Matogrosso. O disco retoma o peso com “Take Control” – que traz Dave Ellefson no baixo – e fecha com “The Great Filter”, essa última soando um pouco abaixo do restante das faixas.
Individualmente o destaque vai para Thiago Bianchi, que além de ter se tornado um produtor de mão cheia também evoluiu muito como vocalista, e hoje soa muito mais maduro na função. A bateria de Henrique Pucci também é um dos pontos altos do disco, principalmente para quem é fã do instrumento, como é o meu caso.
Cosmic Redemption é um senhor álbum, com uma sonoridade que vai muito além do que estamos acostumados encontrar em um trabalho de uma banda brasileira. O disco soa moderno e contemporâneo, e, acima de tudo, entrega grandes canções para quem curte um som pesado e que tem como principais características a técnica e o virtuosismo.
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