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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Electric Mob - 2 Make U Cry & Dance - 2023 - Download

 

Gênero: Hard Rock

02. Will Shine
05. Soul Stealer
06. 4 letters
07. Locked n Loaded
08. Saddest Funk Ever
09. Thy Kingdom Come
11. WATCH ME (I’m Today’s News)

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O ano de 2023 mal começou e ficamos cara a cara com um lançamento poderoso, o segundo álbum da banda curitibana Electric Mob, formada por Renan Zonta (vocais), Ben Hur Auwarter (guitarra), Yuri Elero (baixo) e André Leister (bateria). O novo material inédito atende pelo sugestivo nome 2 Make U Cry & Dance, lançado hoje em todas as plataformas digitais, via Frontiers Records. 2 Make U Cry & Dance, vem com a missão, quase ingrata de manter o nível alto que foi observado em Discharge, o álbum de estreia da Electric Mob, e um dos mais aclamados lançamentos de 2020. E é exatamente por isso que essa redatora que vos escreve diz acima que é uma missão quase ingrata, porque, nós como fãs, sempre esperamos que um artista se supere ainda mais num lançamento que suceda um disco de sucesso e muitas vezes este sucesso não é conseguido na continuidade do trabalho. Mas, calma, porque aqui não há nenhuma decepção, pelo contrário, 2 Make U Cry & Dance é uma demonstração de que a Electric Mob está no caminho certo, em nos brindar com mais um lançamento gigantesco, com uma qualidade absurda, não só em nível das composições em si, mas também dos arranjos e produção, que são impecáveis. A produção é assinada por Amadeus de Marchi, o mesmo dos trabalhos anteriores e a mixagem e masterização por Nico Braganholo.


Chamou-me muito a atenção uma declaração que a própria gravadora postou em seu site oficial sobre o lançamento deste álbum. Ela disse: “Com sua mistura de vocais poderosos, riffs de guitarra cruéis e groove pesado com influências dos anos 70, 80 e 90, a banda está liderando o desafio de colocar o Brasil no mapa do rock ‘n’ roll”. Após ler esta declaração, perguntei-me pelos motivos de se chegar a esta conclusão, e após o primeiro contato que tive com o material de 2 Make U Cry & Dance percebi o motivo real. De fato, de uns anos pra cá, as nossas bandas, os nossos representantes do rock e metal, estão tomando o mundo de assalto, fazendo com que os holofotes se virem para o nosso lado e quando as ‘luzes da ribalta’ encontra seu alvo, eis que lá está uma banda denominada Electric Mob. 2 Make U Cry & Dance chama a atenção para duas situações distintas e complementares. Primeiro porque não houve nenhuma intenção da banda em inovar ou tentar fazer algo diferente do que tinha feito até aqui, ou seja, o ouvinte que se acostumou a ouvir o hard rock pesadão, visceral, que consagrou a banda em seus momentos preliminares estará satisfeita em saber que a banda manteve esse sentimento musical vivo, aliás bem mais vivo e evoluído. Segundo e não menos importante, é o desejo da banda em apresentar algo que soasse como um ponto fora da curva, como já mencionado mais evoluído sem perder sua essência, o que é feito aqui com louvor.


2 Make U Cry & Dance abre a audição com a poderosa “Sun Is Falling”, lançada como primeiro single e que ganhou um vídeo clipe oficial. A canção inicia de uma forma cadenciadamente emocional, mergulhando em seguida numa melodia intensa e bem marcada, com um riff forte e pesado, fazendo-nos balançar a cabeça de forma ritmada. Bela introdução. “Will Shine” surge na sequência abrindo num ritmo nordestino, ao acompanhamento do triângulo. É uma faixa bem festeira e animada, bem marcada pelas linhas de baixo, de Yuri Elero. “It’s Gonna Hurt” foi lançada como single mais recente, já em 2023. É mais profunda e arrastada, onde Renan Zonta até “brinca’ com seus vocais. Em seguida chega a animada “By The Name (Nanana)”, que foi lançada como segundo single. É um hard mais rasgado, com nível elevado ao alto e um refrão que gruda na cabeça. Aqui o show fica por conta da guitarra de Ben Hur Auwarter, que confere uma ambientação cheia de energia.


“Soul Stealer” abre a parte intermediária do play, com seu ritmo marcado, mas ao mesmo tempo variado. A bateria de André Leister chama pra si a responsabilidade sbre o ‘ladrão de alma’. A faixa ainda traz um solo bem interessante e Zonta faz malabarismos vocais de cair o queixo. “4 Letters” inicia ao som do violão ao acompanhamento da cozinha, conferindo-lhe uma atmosfera mais introspectiva. Não chega a ser uma semi-balada, mas carrega mais emocionalidade e menos peso, e ainda nos brinda com um coral de vozes de apoio fantástica e um lindo solo. Uma das mais belas do play. “Locked n’Loaded” chega pra elevar o nível novamente, com seu andamento mais puxado para o hard n’heavy, aliando peso e energia na medida certa. “Saddest Funk Ever” começa na cadência e groove do contrabaixo. A canção é quase um rap, por assim dizer, bem rápida e ritmada.


Infelizmente, ao apresentar a próxima música, “Thy Kingdom Come” é pra avisar que a audição está chegando no final. A faixa é mais uma que abre num ritmo nordestino e mantem a rapidez do andamento da faixa anterior, porém bem mais animada, mas festiva e ainda traz parte quase narrativa e cheia de ritmo. “Love Cage” foi lançada como terceiro single, no final do ano passado. De acordo com a banda, essa música era pra fazer parte do álbum de estreia, Discharge, mas acabou ficando pra depois e aterrissa neste segundo registro. É quase um southern rock, bem swingada. A faixa derradeira, “Watch Me (I’m Today’s News)”, faz uma desaceleração na audição, começando mais devagar, quase sussurrada, e acompanhada por teclados e violões, mas traz uma intensidade de ritmo mais elevada à medida que ela avança e se desenvolve, partindo de uma semi-balada para algo mais agressivo no final, mas sem perder o peso e a cadência.


Após ouvirmos o play por inteiro, cada nota, cada acorde, conseguimos perceber estarmos diante de uma das maiores e mais energéticas bandas de rock que este país já produziu. Aí nos lembramos daquela frase citada no começo desta resenha, dita pela gravadora: “Com sua mistura de vocais poderosos, riffs de guitarra cruéis e groove pesado com influências dos anos 70, 80 e 90, a banda está liderando o desafio de colocar o Brasil no mapa do rock ‘n’ roll”. Sim, amigas leitoras e amigos leitores, com seu segundo álbum, 2 Make U Cry & Dance, a Electric Mob vem provar que brasileiro sabe sim fazer rock and roll, sabe fazer hard rock, sabe fazer metal. Não só sabe, como mostra como se faz um álbum grandioso, emocional, pesado, divertido, mas com inteligência e responsabilidade. Eu juro que tentei encontrar um destaque individual neste trabalho, mas os meninos são tão bons, tão competentes, que não nos permitem achar um destaque, então eu achei 4, 4 destaques individuais, que atendem pelos nomes Renan, Ben Hur, Yuri e André, o quarteto fantástico do metal nacional. Não posso afirmar ainda que 2 Make U Cry & Dance será o melhor álbum nacional de 2023, talvez seja até o melhor álbum do ano. Só o tempo dirá, mas que é um espetáculo sonoro, ah isso é. E pra mostrar que não é nenhum exagero da minha parte, eu os deixo tirar a prova dos nove.

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