Gênero: Progressive Rock
1. Gryphus
2. Mazara
3. Vecchio Castelo
4. Porta Santa
5. La Fontana
6. O Grande Sismo
7. Canto das Almas
8. Fenix
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Com muito entusiasmo, os apreciadores do rock progressivo brasileiro se depararam entre 2017 e 2018 com notícias sobre o retorno do grupo Kaizen, importante expoente do estilo na década de 1990. O grupo renasceu sob a batuta do violinista e compositor Kléber Vogel, que também é músico da Orquestra Sinfônica Brasileira, e tem na nova formação a presença do tecladista Wagner André, outro membro da formação noventista do grupo. O novo álbum (batizado de “Áquila”), que marca esse renascimento, foi disponibilizado com exclusividade para este blog antes de seu lançamento oficial.
Sob a égide de um trabalho conceitual, o disco retrata a história repleta de pompa e tragédia da cidade italiana de Áquila, através de um vibrante rock sinfônico. Segundo Vogel, várias das composições do novo álbum já existiam, mas a coisa toda tomou forma quando encontraram um tema instigante para o álbum.
Mantendo o mesmo estilo de composição já apresentado no álbum Gárgula, de 1994, Áquila traz uma estrutura rígida de arranjos oriunda da música erudita, repletas de polifonia e impressivas variações rítmicas. Tendo como influência o som de grupos como Genesis, Yes, ELP e Curved Air, o novo álbum do Kaizen se alinha perfeitamente ao que o fã do progressivo sinfônico tem como expectativa: melodias esmeradas, um trabalho instrumental refinado e a presença maciça de teclados e sintetizadores. A despeito da extrema preocupação melódica, o dinamismo imprimido pela seção rítmica da banda (comandada no disco pelo baterista J. Couto Neto) torna o resultado poderoso. Tudo isso pode ser ouvido já logo nos primeiros segundos de Gryphus, a chamativa abertura do álbum, que tem fantásticas interações entre guitarra (com participação de Sergio Hinds, guitarrista do Terço) e sintetizadores em sua parte final.
Faixas como Mazara e Vecchio Castelo são uma demonstração de enorme competência musical ao criar faixas inteiramente instrumentais repletas de surpresas sem entediar o ouvinte. A primeira começa climática e depois enverga para seções furiosas com o sintetizador de André, passando por passagens bastante reflexivas do violino de Vogel e da participação de Marcus Viana (Sagrado Coração da Terra). Já a segunda tem uma introdução embasbacante, com um turbilhão de sons intercruzados e se conclui com um tema cadenciado e muito marcante. A suíte que dá nome ao álbum é dividida em 5 partes, e seria hercúleo detalhar todas suas belas passagens, dada a riqueza musical da construção de diferentes climas. A beleza melancólica de La Fontana nos transporta imediatamente para o interior da Itália de séculos atrás e a curta Canto das Almas tem a preciosa participação de Marcus Viana, dividindo os violinos com Vogel. O marcante timbre do violino elétrico de Vogel é uma assinatura vista ao longo de todo o álbum, tendo como referência grandes nomes do instrumento no rock e no jazz como Jean Luc Ponty, Didier Lockwood e Stephane Graphelli.
Além de Kleber Vogel e Wagner André, completam o time que gravou o novo álbum uma extensa lista de convidados, que inclui figuras icônicas do progressivo brasileiro, como os já mencionados Sergio Hinds e Marcus Viana, além de membros e ex-membros de grupos como Tempus Fugit e Quaterna Réquiem. A formação atual do grupo inclui além de Vogel e André, o competente baixista Didier Fernan, o guitarrista Anderson Machado e o baterista Gabriel Ericsson.
Obrigado pela postagem!
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