Gênero: Thrash Metal
1. Alcatéia Macabra
2. Invasão da Escuridão
3. Goró
4. Cabeças Irão Rolar
5. A Droga da Vida
6. Psicótico Tormento
7. Opereta de Nuctemeron
Link 01 (MP3)
Link 02 (FLAC)
O álbum de estréia de uma banda na maioria das vezes costuma ser sempre o mais impactante, o mais expressivo digamos assim, onde os integrantes estão com uma imensa vontade de gravar as suas músicas e lançarem o seu tão esperado debut e, mesmo que ele seja lançado em situações precárias em alguns casos, é possível o ouvinte sentir essa pegada mais visceral e ultra agressiva que a banda quer transmitir em cada canção ali composta, principalmente se o disco em questão se tratar de uma sonoridade com uma extrema agressividade como a sua característica principal, vide o Death, Black Metal, ou até mesmo o Grindcore, vertentes essas que carregam essa veia mais brutal em suas respectivas músicas, trazendo a todo o momento esse lado mais “devastador” em suas composições, desde o instrumental presente até os seus vocais utilizados.
Eu acredito que, justamente pela banda não possuir tantos recursos, é que a mesma acaba lançando o seu determinado trabalho da maneira que pode, ou seja, pode ser que o seu álbum debut não tenha uma produção tão boa, entretanto isso de certa forma acaba ajudando também, visto que, essas características aliadas ao lado mais brutal do estilo que a determinada banda executa, acaba que o resultado fique acima do esperado. E, ocorrendo isso, a sua sonoridade irá conseguir trazer essa essência mais crua e primitiva que o gênero em si já proporciona em suas músicas, consequentemente a banda vai ter um lado mais old school, independente se a mesma é nova no cenário e está começando a suas atividades neste exato momento ou se já está na ativa há um certo tempo.
O Brasil em específico é um país onde sempre houve uma quantidade exorbitante de grupos espetaculares no meio da música extrema, em especial no Death Metal, estilo esse que sempre esteve presente em todos os estados, principalmente em Minas Gerais, estado em que a vertente teve o seu ápice à partir de meados dos anos oitenta e início dos anos noventa com bandas como, Sepultura, Sarcófago , Mutilator, Sextrash, entre tantos outros grandes nomes do gênero que estavam iniciando as suas respectivas carreiras naquela época. Os anos foram se passando e a quantidade de grupos do estilo foi aumentando com uma frequência absurda, começaram a surgir grupos da vertente em todas as regiões do país, cada uma delas trazendo consigo uma característica diferente, seja em uma veia mais tradicional, resgatando toda essa áurea noventista, ou então tendo um som mais produzido em seus álbuns.
O que foi dito nestes parágrafos acima descrevem com clareza um pouco sobre essa banda em questão, principalmente pelo fato da mesma se tratar de um grupo de Death Metal, ser brasileira, ter iniciado as sua atividades já há bastante tempo, porém o seu primeiro material foi lançado somente em 2015. A mesma desde o seu primeiro registro traz uma característica fortíssima em sua sonoridade que, nada mais é que, esse lado mais cru e visceral sempre presente, algo que está tanto em sua sonoridade, possuindo uma pegada bem noventista, quanto em suas artes gráficas dos seus respectivos trabalhos, onde os traços preto e branco chamam a atenção do ouvinte, tendo uma veia mais brutal e agressiva.
A banda a qual eu estou me referindo se chama Extermínio, é oriunda do Mato Grosso do Sul, mais precisamente do município de Dourados, foi formada em 2004 e está ativa. Apesar do grupo mato grossense ter iniciado as suas atividades há bastante tempo, o mesmo foi lançar o seu primeiro registro somente em 2015, material esse que se trata de uma demo, a mesma se chama “Zona mortal”, após isso a banda só foi lançar o seu segundo material em 2020, que no caso é esse em questão. O disco se trata do álbum debut da banda, o mesmo teve o seu lançamento através do grande selo gaúcho, Cianeto Discos, selo esse que vem fazendo um excelente trabalho, lançado materiais memoráveis do Metal extremo de uma maneira geral, incluindo bandas nacionais e internacionais.
Em relação a sonoridade, a banda matogrossense executa um Death Metal em seu estado mais bruto possível, o mesmo tem uma pegada totalmente school, contém um instrumental devastador, trazendo toda aquela áurea noventista em suas músicas, onde as mesmas exalam uma agressividade absurda e uma atmosfera mais crua, suja, e primitiva. O instrumental ocorre uma pequena alternância, na maior parte do álbum ele segue bastante rápido, sempre visceral, e ultra agressivo, porém aqui e acolá há um certo cadenciamento, mas nada que tire esse lado brutal da banda. As linhas das guitarras são sensacionais, as mesmas possuem riffs ríspidos e cortantes como uma navalha, mas há belas melodias também, mesmo que elas estejam presentes somente em alguns pequenos momentos.
A cozinha também faz um belíssimo trabalho, nela há muita agressividade, mas em certas pasagens existe um pouco de técnica também, isso acontece tanto na parte do baixo, quanto na da bateria. A linha do baixo por exemplo alterna entre partes graves, enquanto em outros momentos ela está um pouco técnica, já na linha da bateria, a mesma possui um lado mais rápido e destruidor, trazendo um massacre sonoro em suas músicas. Entretanto, aqui e ali há um certo cadenciamento, deixando a mesma um pouco mais coesa e consequentemente mais técnica também, já em relação aos vocais, os mesmos intercalam entre um gutural mais fechado, contendo um timbre bem grave e cavernoso, enquanto em outras passagens o mesmo está mais rasgado e agresivo também.
Aos apreciadores de Death Metal, principalmente aos que gostam dessa pegada mais old school e, que por acaso ainda não conhecem essa banda, eu recomendo que ouçam este álbum, provavelmente vocês irão gostar bastante.
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