Gênero: Heavy Metal
2.Midnight In The Garden Of Good And Evil
3.Merciless Blade
4.Hounds Of Hell
5.The Gunslinger
6.Gargoyle
8.Desert Rider
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Um pouco de história. Em meados do distante ano de 1979, um DJ inglês que atendia pela alcunha de Neal Kay recebe uma demo tape de um jovem chamado Stephen Percy Harris. Em um primeiro momento Neal não deu muita importância e só foi ouvi-la depois de um tempo. Quando a pôs no toca fitas, ficou de queixo caído, e se deu conta que estava em contato com algo que iria longe. O resto da história creio que todos sabem.
Se a Hellhoundz vai ter a mesma trajetória, não posso cravar hoje. Mas o mesmo sentimento que Neal teve com aquela fita eu tive ano passado (2018) com a demo do grupo. Ali, naquelas quatro faixas, já estava claro que a turma não estava para brincadeiras. Logo fiquei ansioso por mais material, e para minha alegria, a turma entrou em estúdio esse ano para a gravação de seu primeiro álbum. O excelente “The Battle of the Somme”.
A turma é composta por João Junior nos vocais, os guitarristas Renan Magalhães e Joe Wilson, Augusto Oliveira no baixo e Rodrigo Magnani na bateria. Todos são veteranos na cena de Fortaleza, e isso se mostra na maturidade do trabalho. Um Heavy Metal bebendo na fonte do Iron Maiden e Judas Priest, mas com identidade própria.
“The Battle of the Somme” foi gravado, produzido, mixado e masterizado pelo próprio Rodrigo Magnani em seu estúdio caseiro, tendo somente as linhas de bateria gravadas no Ruido 111 Studio. O leitor pode então achar que a qualidade ficou baixa. Muito pelo contrário. Não chega a ser um primor, mas a produção não compromete em nenhum momento. A arte da capa ficou a cargo do artista gráfico Anatoly Muschenko.
Das nove faixas, quatro já estavam na demo. “The Gunslinger”, “Desert Rider”, “Midnight in the Garden of Good and Evil” e “Gargoyle” não mudaram muita coisa e mantiveram o ótimo nível apresentado anteriormente. Então minhas atenções se voltaram para as novas composições. “Burning Witches” já empolga desde o inicio com seus riffs “Priestnianos” e sem dúvidas foi uma escolha acertada para a abertura do álbum. Direta e crua. “Merciless Blade” traz um daqueles riffs que duvido alguém não bangear de primeira. Com um andamento mais cadenciado e não menos poderoso, é um dos grandes destaques. “Hounds Of Hell” lembra bastante a atual fase do Judas Priest, com riffs extremamente cativantes e fortes. “When The Night Begins To Rise” é a mais “Maideniana” das faixas, e certamente vai agradar aos fãs da Donzela. Destaque aqui para o trabalho de guitarras e a excelente interpretação de João Junior. A cereja do bolo ficou para o final. “The Battle of the Somme”, a faixa titulo, traz ousadia. Temos aqui simplesmente um épico de mais de nove minutos, onde fica a certeza que a Hellhoundz tem um potencial enorme de alcançar voos bem altos.
O disco deverá chegar nas lojas na segunda feira (30 de dezembro de 2019), já no escurecer do ano. Não entrou na minha lista oficial de melhores do ano, mas nessas linhas quero colocar um asterisco nesse trabalho. Não deixem de conferir. Tenho a plena certeza de que não vão se arrepender. Trabalho obrigatório para todo fã do bom e velho Heavy Metal tradicional.
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