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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

John Wayne - Dois Lados - Parte I - 2015 - Download


Gênero: Metalcore, Deathcore

01 - Passagem 
02 - Quatro Velas 
03 - Dois Lados - Parte I [Inferno] 
04 - Identidade 
05 - Aeternum 
06 - Até o Fim 
07 - Pesadelo Real 
08 - Recomeço 0
9 - Nono Círculo 
10 - Caim

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O John Wayne é uma banda de Deathcore, que surgiu no bairro paulistano do Perus em 2010 e não demorou para que os primeiros registros fossem lançados, sendo o primeiro um EP homônimo de 2011 e o segundo, o debut Tempestade de 2012, cujo 'lyric video' para sua música título alcançou a marca de 11.000 visualizações em apenas três dias. No final deste ano, o John Wayne disponibilizou o álbum Tempestade para download gratuito em seu site e realizou um show com 1.200 presentes no tradicional Carioca Club em São Paulo, confirmando a grande aceitação da banda pelo público e pela mídia.


E a performance na estrada do John Wayne levou Fábio Figueredo nos vocais, Rogério Torres na guitarra e vocais, Júnior Dias na guitarra, Denis Dallago no baixo e vocais e Edu Garcia na bateria a se apresentarem no Palco Sunset do Rock In Rio de 2015 ao lado do Project 46 em um show matador e que será relembrado por muito tempo, graças ao grau da empolgação dos músicos, que fez a galera presente agitar de forma frenética o tempo todo.


Assim, nos primeiros meses de 2015, o John Wayne lançou o seu segundo álbum de estúdio, cujo título é Dois Lados Parte I, que foi gravado, mixado e masterizado por Adair Daufembach entre março e maio de 2015 no Daufembach Studio em São Paulo, que teve sua capa desenhada por Brian Allen da Flyand Designs e mostra várias criaturas abomináveis inspiradas na obra A Divina Comédia do italiano Dante Alighieri, onde inclusive a banda adaptou suas letras à realidade do nosso Brasil. Antes de mergulhar nos comentários das músicas, vale ressaltar uma curiosidade: a banda teve seu nome escolhido por conta do serial killer John Wayne Gacy, conhecido como "o palhaço assassino" e ficou ideal para o estilo questionador de suas letras, abordando temas como a miséria, fome e a crueldade humana.


A instrumental Passagem abre o cd com momentos reflexivos, que aumentam sua potência para se tornarem a massiva destruição de Quatro Velas, quando percebemos os vocais agressivos de Fábio Figueredo tomando conta do Deathcore do John Wayne em uma indignada, motivadora e real letra, cujos riffs de guitarras executados por Rogério Torres e Júnior Dias dão um envolvente toque de classe à música. Depois desta bela bordoada, o quinteto executa os solos dilacerantes da colérica faixa título Dois Lados - Parte I: Inferno, que entra desferindo porradas para todos os lados de forma competente sejam nos riffs avassaladores de guitarras ou nos vocais urrados e por alguns momentos tão extremos quanto um Death Metal, que te conectam à música e criam a vontade de banguear e mergulhar nas rodas.


Com um instante introspectivo, que eleva-se para um ritmo aniquilador, Identidade traz a fúria sonora do John Wayne em uma intensidade instrumental gigantesca e os vocais mais raivosos com direito a alguns guturais em uma letra positiva, mas que eles metem o 'dedo na ferida' para te dizerem isso.


Logo após essa esmagadora canção anterior, o quinteto nos permite respirar com o interlúdio instrumental chamado Aeternum, que é mais viajante em seus dedilhados, que servem para abertura da cortante e revoltada Até o Fim, que está repleta de vocais irados ora guturais, ora agressivos em uma letra que é animadora, por mais ácida que seja e seu andamento instrumental é mais denso e arrastado, porém, cheio de ódio a cada nota extraída das guitarras, do baixo e da bateria.


Em Pesadelo Real, o John Wayne exibe ótimos solos da dupla Rogério Torres e Júnior Dias antes de replicarem sua fúria em meio à vocais 'esquartejantes' de Fábio Figueredo, além dos massacrantes backings de Rogério Torres e Denis Dallago, que juntos produzem uma maçiça canção onde se deseja socar o ar, entrar nas 'circle pit' e banguear fortemente. Recomeço apresenta linhas sombrias, além de ser mais lenta e cadenciada, entretanto, não é menos furiosa e encorpada, pois, seus níveis de agressividade são capitaneados com primor pelo John Wayne mais uma vez, que exprime algumas verdades em sua letra, que deveremos considerar e tentar modificar, mas claro, eles berram da forma mais áspera possível.


E o encerramento de Dois Lados Parte I ocorre com o breve interlúdio de Nono Círculo, que é quase instrumental, deveras obscura e faz a conexão para a destruidora Caim, onde o John Wayne provoca uma verdadeira hecatombe sonora, graças aos seus vocais urrados e agressivos, aos solos ferozes de guitarras, baixo e bateria, que atuam conjuntos de forma 'metralhante'. Enfim, tudo contribui para que o quinteto arrebente mesmo e deixe claro o tamanho do seu potencial nesta que pode ser considerada como a melhor música do cd.


Após a audição desde Dois Lados Parte I e reparar em suas letras, em seus riffs, em sua fúria incontida e na habilidade que o John Wayne condensou tudo, me facilita entender porque eles se destacaram no Rock In Rio de 2015, porque seus shows lotam e porque eles obtiveram uma ascensão tão rápida desde sua origem e já ficamos ansiosos de ouvir a segunda parte.

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