Gênero: Stoner Metal
1. Calamari
2. Paranoia
4. Febre do Ouro
5. A Caça e o Caçador
6. Limite da Razão
7. O Riso da Hiena
8. Entropia
9. Mulher de Branco
10. A Epifania
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Uma grata surpresa esse primeiro disco da banda paulista Hiënaz.
Tudo bem que algumas das dez músicas de “Ulular” são elásticas demais, fator que diminui o impacto do stoner rock praticado pelo quarteto e nem dá a profundidade climática/psicodélica inerente ao gênero.
E quando eu digo impacto me refiro à sonoridade valvulada e fuzzeada que a banda pratica de forma pesada e crua, num espectro de estilos que vai do heavy metal ao rock alternativo, com um leve tempero psicodélio.
Tudo trabalhado em estúdio de forma orgânica, por uma produção capaz de amplificar os pontos positivos (como as sobreposições de texturas) e camuflar os defeitos de uma banda que claramente está construindo sua personalidade musical e aparando algumas arestas estéticas.
Até por isso, o alto potencial que ouvimos em termos de estruturas e harmonias, a capacidade criativa como compositores, chama a atenção. Afinal todas as composições aqui possuem seus momentos de alta inspiração ao lado de outros mais genéricos.
A maioria destes momentos de excelência vem das guitarras. Pedro Kerr e Flávio Fornetti (também vocalista), a dupla de guitarristas, nos oferecem riffs sabáticos e solos inspirados no heavy metal de forma muito criativa, com versatilidade nos arranjos sustentados pelo baixo gorduroso e pela bateria orgânica.
Aliás, as guitarras funcionam como um elo de ligação em um repertório tão variado como o oferecido pela banda, construído por referências óbvias.
Black Sabbath, Corrosion of Conformity e Mastodon seriam algumas delas, mas a pegada punk/metal mais crua de alguns momentos também remetem a algo do Motorhead da virada dos anos setenta para os anos oitenta. Basta ouvir “Selva Sideral” e “O Riso da Hiena” para entender como essa ascendência existe.
Olhando para o repertório, “Paranóia” e “Mulher de Branco” funcionam como exemplos bem diferentes da abordagem do stoner praticado pelo Hiënaz, porém, os grandes destaques vão para “A Caça e o Caçador” (principalmente pelas guitarras, mas também pela letra) e “Entropia”, além da ótima capa!
Mais um nome do stoner brasileiro para se observar de perto!
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