Gênero: Groove Metal, Thrash Metal
1. Sol e Chuva
2. Que Grilo Dá
3. Papagaio do Futuro
4. Rajada de Vento
5. Vou Danado Pra Catende
6. Você Pensa
7. Planetário
8. Veneno
9. Edipiana #1
10. Agalopado
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Um dos motivos pelos quais a cultura pernambucana é tão divertida e dá tantos panos para as mangas é sua controvérsia. Muito longe de ser absoluta, é algo que por mais que se analise, estude, não dá para entender. O que dizer, por exemplo, de uma cidade como Surubim, localizada na região do Agreste, a 134 quilômetros do Recife, terra de artistas como Chacrinha e Capiba, e que possui uma das cenas de rock mais consolidadas do Estado? Pois foi lá que surgiu, há 19 anos, a banda de thrash metal Hanagorik, um dos expoentes dessa cena, que agora se prepara para lançar um álbum em tributo ao cantor e compositor Alceu Valença.
Alceu ao nosso jeito, sexto disco da carreira do grupo, reúne 14 canções do menestrel de São Bento do Una (também no Agreste) basicamente dos anos 70 e 80 (a exceção fica por conta de uma canção do início dos anos 90, confira no quadro ao lado). Um petardo sonoro gravado em Surubim e no Recife que já surge como um dos álbuns mais aguardados e candidato a um dos melhores do ano. Duvida? Pois nem precisa esperar muito para ouvir. Na próxima Quarta-Feira de Cinzas, dia 17 de fevereiro, o grupo apresenta algumas da canções em show no Polo Casa Amarela do Carnaval Multicultural do Recife. O JC, porém, já conferiu o CD, que está sendo masterizado no conceituado estúdio Sterling Sound, em Nova Iorque.
Numa primeira audição são vários os pontos que chamam a atenção nesse trabalho. A começar pela escolha do repertório, o qual sobressai uma característica negada pelo próprio autor que se autodenomina artista da música pernambucana, nordestina, brasileira: a de um roqueiro. Quem sempre percebeu Alceu como roqueiro, ao jeito da Hanagorik vai poder ouvir com fidelidade.
Muito disso se deve aos arranjos assinados pelo guitarrista Tuca Araújo, que deu nova roupagem às composições capaz de fazê-las dialogar com um público mais jovem e avesso a sonoridades antigas, mas sem perder a essência, que são as belas melodias das canções. Estamos falando de sonoridades e apuro de arranjos de grupos como Alice in Chains, Soundgarden, Stone Temple Pilots e Audioslave. Trabalho surpreendente, minucioso, de todo o instrumental, inclusive os vocais.
O CD foi gravado totalmente no estúdio da banda, em Surubim, e teve a bateria regravada no estúdio Carranca, no Recife, onde também foi feita a mixagem. A masterização (processo de finalização da obra, antes da prensagem, que buscar obter o melhor ganho/qualidade de som possível do material registrado) está sendo feita nos EUA a cargo de Joe Franco, profissional por cujas mãos já passaram trabalhos de artistas como Coldplay, AC/DC, Aerosmith, Bad Company, Ben Harper, Beatles, Bob Dylan, Bon Jovi, Cat Stevens, Deftones, Duran Duran, Green Day, Jimi Hendrix e Led Zeppelin, entre outros.
Quem assina a produção é Zé da Flauta, que já tocou na banda de Alceu e tem várias canções compostas em conjunto com o cantor, duas delas presentes no álbum da Hanagorik. O produtor, que participa de duas faixas, lança o disco de forma independente, após o Carnaval (provavelmente em março) por seu novo selo Cênica. A distribuição ainda está em negociação. “Está sendo um tesão enorme para mim produzir este disco”, externa Zé da Flauta confessando ainda que gostaria de ter gravado o CD no estúdio Abbey Road, a casa dos Beatles, na Inglaterra. “Sempre ouvi Alceu assim. (Cada música) está do jeito que sempre quis que ficasse. Por mais que ele negue, Alceu é o roqueiro menos assumido do Brasil. (Com a Hanagorik) a poesia dele pulou fora, aflorou.”
A set list começa com Sol e chuva, que tem abertura épica. Como todo o repertório, a faixa tem o peso da Hanagorik, contudo, como já foi dito, preserva a linha melódica original proporcionando uma sonoridade de rock clássico, vintage.
Em se tratando de um álbum-tributo não foi conveniente a participação de Alceu direta na gravação. O compositor, porém, aparece rapidamente sampleado em músicas como Na primeira manhã e Edipiana nº 1. Outros artistas, entretanto, foram convidados. O próprio produtor Zé da Flauta, além de tocar em Papagaio do futuro, põe seu instrumento em Vou danado pra Catende junto com a guitarra de Paulo Rafael (que toca com Alceu há três décadas) e o tricórdio de Lula Côrtes, como na versão original.
Tuca enfatiza que Alceu ao nosso jeito não é um projeto paralelo de sua banda. “É um disco de carreira da Hanagorik e um tributo a Alceu Valença”. Já para o homenageado, o quinteto de Surubim foi quem melhor entendeu sua música. “(Na minha música) dou um sotaque um pouquinho de rock. Roqueiro é outra coisa. A Hanagorik explicitou esse timbre (de rock).
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