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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Desdominus - Inexplicável Existência - 2021

 

Gênero: Melodic Death Metal

01. Inexplicável Existência
02. Belong to Yourself
03. Misty Dimension
04. Divine Shadow
05. My Last Winter
06. Distortion of Reality
07. Abyss of Lies
08. You Are Alone

LISTEN



O cenário Rock/Metal nunca foi (e nunca será) justo.


Nesses mais de 50 anos de existência, o estilo sempre teve e terá aquelas bandas que mereciam maior sucesso comercial, mas que sempre acabam relegadas ao status ‘cult’, quando chegam a tanto. THIN LIZZY, URIAH HEEP, OVERKILL, DIAMOND HEAD, SAXON, ANNIHILATOR e tantas outras são verdadeiros ‘ases’ dentro de seus estilos, mas que o público parece fascinado pelo culto à personalidade dos grandes nomes que pela qualidade de trabalhos musicais.


No Brasil, um dos mais injustiçados é o DESDOMINUS, quarteto de Americana (SP) que tem uma carreira impecável em termos de discos, mas que ainda se encontra em um nível de reconhecimento longe daquilo que sua música merece. Mas eles não desistem, e seis anos após “Uncreation” (2015), eles retornam à carga com “Inexplicável Existência”, seu quarto disco, lançado pela Heavy Metal Rock.


Análise Geral:
Em termos bem simples, pode-se aferir que o quarteto faz um ‘blend’ inteligente de Blackened Death Metal com forte influência de nomes como DISSECTION com partes influenciadas pelo Melodic Death Metal de raiz (algo inspirado por bandas como AT THE GATES), onde a brutalidade e rispidez do Death Metal convivem bem com arranjos melódicos vindos do Metal tradicional.


Em termos técnicos, a banda é cheia de arranjos dinâmicos e fluídos, bem como mostra uma diversidade rítmica que salta os olhos (ou seja, nada de coelhinho do comercial de pilhas, coisa de um fôlego só). E mesmo diante das mudanças de formação que atormentam o grupo (de “Uncreation” para cá, só o baterista Ney permaneceu), seu estilo delineado em “Without Domain” (2003) continua fiel à suas raízes, mas sempre em constante evolução.


Ou seja, este é mais um daqueles discos que se denomina como ‘joia rara’, capaz de seduzir os ouvintes com extrema facilidade, mesmo com a ótima técnica musical dos seus integrantes.


Qualidade Sonora:
A gravação e a produção do disco ocorreram no Estúdio Fuzza (na cidade natal do grupo), tudo supervisionado por Ricardo Biancarelli e pelo próprio grupo (como ocorreu em “Uncreation”).


A sonoridade busca ser uma fusão da crueza e rispidez ‘old school’com a clareza necessária para que se possa entender o que o grupo está tocando. E acertaram a mão, pois soa agressivo, mas com um nível de definição que melodias e os arranjos são compreendidos sem problema algum.


Ah, sim: Fernanda Ferretti (do OLAM EIN SOF) faz participação especial em “Belong To Yourself” e “My Last Winter”.


Arte Gráfica/Capa:
Se existe um artista gráfico brasileiro que conseguiria dar corpo ao que a banda faz em “Inexplicável Existência”, este é Alcides Burn (da Burn Artwork).


Contrastes e traços harmoniosos, uma arte visual que choca e chama a atenção, mas sempre com aquele toque refinado. Tem aquela aura que diz ‘Alcides was here’, de fato.


Mensagem/Letras:
Para quem os conhece de longa data, a mensagem do grupo não é algo do tipo ‘eu amo o capeta’ ou similar. Nada disso, o tom lírico que o grupo usa é crítico.


Talvez um resumo esteja justamente no título de uma das faixas do disco: pertença a si mesmo.

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