Gênero: Groove Metal
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Não vou arriscar percentuais, mas a maioria do que é produzido hoje, em termos de Metal, geralmente será classificado como Thrash, Death, Doom, Melódico ou Sinfônico. Gosto muito de tudo isso e compreendo que as bandas atuam nessas tendências por uma questão de influências, mas existe muito, muito mais para ser explorado… Me sinto, portanto, extremamente gratificado quando surge alguém fazendo algo um pouco diferente e fazendo bem feito!
Existe um limite de tolerância para a utilização das velhas fórmulas. Elas ainda funcionam, é claro, e sempre vão funcionar, pois são o alicerce do estilo, mas é desanimadora a sua repetição sem critérios, quando novos artistas reciclam idéias, e reciclam, e tornam a reciclar, sem acrescentar novos elementos, sem pensar fora da caixa.
Não é o caso do Krakkenspit, de Goiás, que lançou uma demo, com três composições próprias, que, se por um lado parece ser pouco em quantidade, por outro são suficientes para demonstrar a personalidade da banda. A princípio, pode soar como um Heavy Metal tradicional, com uma ou outra passagem resvalando no Thrash, mas, quando se fala em Metal tradicional, o consenso geral tende a imaginar a pegada mais clássica do estilo e não é por aí. É um Metal moderno, pesado, bem feito, bem arranjado, com execução sóbria e segura. Moderno, aqui, também está longe de querer significar modernoso. Não é Nü, Deathcore, ou outra dessas linhas atuais. É moderno como soava moderno, por exemplo, o som do Nevermore, lembrando também, em alguns momentos, algo de Symphony X, guardadas as devidas diferenças de estilo.
Da mesma forma que o titânico monstro que inspirou o nome da banda, e que ornamenta a capa de sua demo, em uma bela e “marvelistica” ilustração de Hanna Moser, o Krakkenspit não precisa da velocidade para impor sua força. Precisa de boas idéias, de bons riffs, e isso eles estão apresentando. Aliás, estão o fazendo desde a encarnação anterior do grupo, a banda Terminator, de onde vieram o guitarrista Aldo Sabino e o vocalista – à época, baterista – Márcio Cruvinel, que são os responsáveis pelas composições e arranjos do projeto atual, apresentando uma natural evolução em relação ao trabalho passado.
Lançada neste ano, a demo intitulada “Fear My Name” tem, como carro chefe, a faixa de mesmo nome, para a qual foi produzido um eficiente vídeo clip que mostra exatamente o necessário: imagens da banda tocando, com uma qualidade fotográfica bem produzida. Contando com atuações seguras do baixista Julian Stella e do baterista Italo Brunno, que demonstram uma sincronia perfeita em todo o trabalho, as outras duas músicas não ficam atrás em termos de qualidade, pois a introdução e o riff bem timbrado de “Love Forever Gone” manterá sua atenção por toda sua duração, bem como o peso e a tensão de “Winds Of Armageddon”. O ouvinte atento perceberá que, por mais simples que uma passagem ou outra possa parecer, a performance dos músicos está enriquecendo as canções, inserindo pequenos detalhes ou variações que fazem com que cada estrofe, cada compasso, soe um pouco diferente, deixando tudo mais dinâmico. Ao final dessa breve demonstração, e na expectativa de que a banda se disponha a disponibilizar logo mais material, a impressão que temos, amparada pelo histórico e pelo tempo de atividade dos músicos, pode ser resumida em uma palavra, que raramente é aplicada para bandas iniciantes, mas que cabe adequadamente aqui. Essa palavra é maturidade.
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