Gênero: Stoner Metal
1. Dark Clouds
2. I Saw The Reaper
3. Woke Up In Space
4. Grit
5. Death Water
6. The Burnout
7. Hard To Believe
8. Mare
9. Wicked Thing
10. We Know You Hate Us
LISTEN
Direto de Bragança Paulista/SP vem um album que faria Red Fang tremer e faz jus a Orange Goblin! Brincadeiras à parte, o novo trabalho do trio paulista I Am The Sun realmente é uma porrada. Referências das duas bandas citadas podem ser encontradas em diferentes dosagens, e fãs delas podem encontrar uma cacetada de motivos para encontrarem em “Death Water” um novo “album de estimação” em 2016, mas não devemos sintetizar o trampo nisso e parar por aí.
O album é uma ode sincera e brutal ao Metal e ao Rock´n Roll, através de diversos elementos e caracteristicas que podem ser ressaltados nas diversas seções da banda: o trampo frenético e monolitico de Stoner Metal e com algo de Blues da guitarra ; vocais puxados para uma linha mais metalizada enérgica e com alguns espasmos quase guturais; e a cozinha revista de aço e pesada como um trator. O trampo se desenvolve entre momentos onde a lei é o “pé no acelerador” absoluto, com um viés alcoolico porra-louca sendo arremessado sem dó e nem piedade nos nossos ouvidos, e outros onde os caras apresentam um lance mais cadenciado e com quebras de ritmo cheias de groove. Seja como for ou em que momento acontece, tudo isso ajuda a compor uma muralha de riffs trovejantes, emaranhados vocais destrutivos e uma união excelente de baixo e batera completando o arregaço.
“Dark Clouds” abre o album, temos uma introdução moderada e aos poucos desenvolvida, e logo somos apresentados a um dos aspectos da proposta sonora do novo trampo da banda, a cadencia mais groveada e em passo mais moderado. Mas não dá nem tempo de se acostumar a ela e logo os caras aceleram o passo e o passeio tranquilo vira uma corrida a 200km/h sem cinto de segurança e em direção a um muro de concreto. A estúpida “I Saw the Reaper” vai direto na veia, com um vocal que impressiona e apresentando riffs que parecem disparados de um canhão. A faixa em si passa uma vibe que associei às otimas bandas gringas Superchief, Corrosion of Conformity e Mother Crone, e algo de “Back to the Abyss“, o ultimo trampo do Orange Goblin. “Woke Up in Space” é outra faixa impressiva com sua abertura carregando um baita dum baixo pesadão e massivo, alem da porradaria seca na batera e os vocais dando continuidade à parada com primor e ferocidade. Uma das faixas que mostra habilidade em fundir elementos mais “modernosos” e tambem alguns mais “classicos”, para originar uma faixa visceral e furiosa.
Voce pode compreender “Grit” como eu: um tipo de releitura feita pela IATS em seu próprio campo de proficiência para os “hinos” oitentistas de Hard Rock, soando (guardadas as devidas proporções) como uma inspirada versão metalizada de Def Leppard ou coisa que o valha. Sonzeira. A baita sincronia dos vocais de Marco de Sordi e Nenê Pister marca o inicio e a tônica e linha de conducao da faixa titulo “Death Water“, que diminui um pouco a velocidade em detrimento da busca de uma maior gravidade e densidade no som, objetivo alcançado com sucesso. A urrada e acelerada “The Burnout” leva o direcionamento para um rockão ébrio e sem destino, novamente metendo o pe no acelerador e colando o desgraçado lá com Super-Cola. Você novamente ganha aquela sensação de estar em alta velocidade numa estrada poeirenta, quem sabe num baita Charger 70, rumo à colisão fatal com alguma mureta. Mas não se preocupe: está tocando The Burnout no rádio , então voce terá um fim em alto estilo, pilhadão e com uma baita canção de trilha sonora. Apenas relaxe e se espatife.
“Hard to Believe” e “Mare” dão seguimento à reta final do trabalho com mais dois desenvolvimentos rochosos e fodões, pauladas no cérebro e nos ouvidos. O grande destaque nessas duas faixas é o trampo preciso e vibrante da guitarra, evocando um verdadeiro massacre sonoro de respeito, completamente atordoante. “Wicked Thing“, penultima faixa, é uma das mais poderosas e enérgicas do album, a minha favorita junto a “The Burnout“. Não dá a minima chance pro alto nivel do album ter qualqur chance de queda, entregando mais uma performance arrastadora dos caras com um monolito sônico de alto calibre. E “We Know You Hate Us” encerra os trabalhos com louvor, com uma abertura um pouco atípica em ritmo mais suave e pacifico, mas como aqui nada é realmente lá muito tranquilo e não estamos ouvindo um album de musica celta, logo ganhamos novamente o conforto de uma surra auditiva com uma das peças mais pesadas de “Death Water“.
O novo trabalho do trio I Am The Sun não tem mistérios ou segredos. Pense em algo como Motorhead: rock´n roll, por vezes mais “alto” e ganhando a alcunha de “Metal”, mas sempre carregando aquele espirito voraz, acelerado e desenfreado, sem concessões para a suavidade e a lentidão. Bom, mesmo o trio capitaneado por Lemmy Kilmister tinha la seus momentos mais “melancolicos”, mas definitivamente isso não acontece com o IATS. É música violenta, explosiva e contagiante feita para bebados, psicopatas e pessoas de bom gosto. E nesse quesito, é certamente um dos grandes do ano. Prepare-se para as dores no ouvido!!!!
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