Gênero: Heavy Metal
01. We Are Angels
02. Heavy Smasher Sound
03. Sunrise Rebel
04. Clash of the Gods
05. Firefight
06. Face up Reality
07. In the Abyss
08. Screaming All
09. To Be Strong
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Quando uma banda é criada, há certamente dois objetivos principais que passeiam pela mente de seus integrantes. O primeiro, claro, é sair para tocar. Subir em um palco, submeter suas músicas para a plateia e cativá-la de forma a repetir essa experiência por vezes diversas.
O segundo, é gravar um disco. Fazer demos dá uma prévia, mas um álbum tem um sabor diferenciado de conquista, de deixar o trabalho efetivamente registrado. Porém, por mais que isso seja uma meta, é necessário saber o momento certo, sendo que este momento precisa ser identificado por uma soma de fatores.
A banda cearense Heavy Smasher nasceu em 2013. De lá pra cá, foi cumprindo as etapas do caminho: criaram boas músicas, fizeram apresentações e gravaram um EP, que foi disponibilizado apenas alguns anos após sua realização, pois os integrantes não tinham ficado plenamente satisfeitos com o resultado. Em todo esse trajeto, não faltaram as constantes mudanças de formação e é aqui que chegamos ao fator complementar para motivar a gravação do álbum: a sensação de que a formação está estabilizada e focada nesse objetivo e, portanto, não dá para perder o timing. Ajustes podem ainda ser feitos, pois a mudança de vocalista na Heavy Smasher deu-se após o começo do processo, mas aconteceu no sentido de deixar a banda ainda mais forte. Ouvindo o autointitulado álbum de estreia, é perceptível a sensação de que ali está um time atento e entrosado.
O Heavy Smasher manifesta que suas influências estão entre nomes como Iron Maiden, Judas Priest, Accept… Ok, concordo, mas eu ouvi algo para além dessas referências, que de fato estão presentes nas composições, mas não são as únicas. Sons oriundos dos Estados Unidos me soaram bem identificáveis, pois senti uma forte presença de American Metal. Bandas como Malice, Savatage, Leatherwolf e Armored Saint, sendo este último bem evidente nas melodias da faixa de abertura, o single “We Are Angels”.
Perfeita no seu papel de cartão de visitas, a música tem uma temática que se aproxima da seguinte, “Heavy Smasher Sound”, de refrão autoafirmativo e falando sobre a missão de subir no palco e entregar o Heavy Metal para a audiência.
É sempre gratificante ouvir o trabalho de uma banda de Metal Tradicional, pois considero que o estilo-matriz é mais desafiador de fazer do que os subestilos que gerou, então sempre há empolgação quando uma banda cria um conjunto de músicas pesadas e cativantes sem precisar recorrer às misturas ou aos extremismos. Não se trata, no entanto, de estabelecer uma separação com o Hard Rock, afinal esse é um gênero muito próximo das origens do Metal e que a Heavy Smasher explora com propriedade, vide “Sunrise Rebel”, que tem um uso muito eficaz dos backing vocals, aliás, uma constante em várias faixas.
Chegando até aqui, já pudemos perceber que a banda cria suas músicas em um padrão que poderia ser definido como uma espécie de “simplicidade-elaborada”. Riffs fortes e criativos, bons solos, baixo e bateria seguros e um vocal que aborda diversas modulações, mas tudo indo direto ao ponto, sem enrolação, sem a inserção de partes que quebrariam o ímpeto que cada faixa produz, ou seja, músicos usando sua habilidade em favor da música. Assim, prosseguimos por “Clash of the Gods” e “FireFight”, dentro do nível que o álbum vem mantendo, até chegar em “Face Up Reality”, com um ritmo cavalgado e um acréscimo de sombra nas melodias, soando adequada na passagem para a próxima, “In The Abyss”, que inicia com um tom mais dramático, para depois emendar num riff sabbathico.
“Screaming All” muda drasticamente o clima, pois mergulha com força no Hard Rock, com um refrão pegajoso e uma atuação criativa do baixo na ponte. Ao terminar o tracklist, com “To Be Strong”, o disco faz o link com a pegada das primeiras músicas, reafirmando aquele tipo de Metal que mantém sua pureza por ser pesado e esmagador. Por cerca de um ano e meio a banda esteve envolvida com a criação deste trabalho e o tempo foi bem utilizado. A produção de Taumaturgo Moura, no VTM Studio, forneceu a qualidade sonora adequada, com a necessária sujeira, e a capa criada por Leandro Cotta fecha o pacote, comunicando que dentro daquela embalagem há algo vivo e pulsante, fazendo-nos quase sentir que uma massa sonora muito alta está presa na cena capturada, esperando para ser liberada.
Essa massa sonora tem um nome e já foi revelado: é o “heavy smasher sound”!
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