Gênero: Death Metal, Thrash Metal
1. Deforestation
2. Neohate
3. Free Mumia (A Panther in the Cage)
4. Webchaos
5. Xenophobia
6. I Choose My Blood
7. Terror Paranoia
8. The Illusion of Suffering
9. Charlottesville
Bonus Digipak
10. Dominios Of Death (Vulcano Cover)
11. Wheels Of Fire (Manowar Cover)
Link 01
Link 02
(Bonus Track)
LISTEN
O grupo recifense Pandemmy surgiu em 2009, e Subversive Need é seu terceiro álbum, lançado após um ótimo split, em 2019, com o Abscendent, chamado Obliteration. De lá para cá, a banda trocou os vocais, agora a cargo do guitarrista Guilherme Silva, o que deu um bom up neste quesito.
O Pandemmy apresenta em Subversive Need um som redondo, pesado mas com nuances que enriquecem a sonoridade. Vide a primeira faixa, “Deforestation”, um som lento, amargurado, que se relaciona a parte lírica, que explora os desmatamentos que agridem a mãe natureza, devido à ganância da humanidade. Os ruídos no final não são de um disco de vinil rodando, e sim, de galhos queimando. Profundo.
A fantasticamente intitulada “Neohate” já sugere o tema: crítica aos fanáticos religiosos e políticos, que atualmente são elementos que quase se confundem, vide a ignorância que reina nesses tempos obscuros. A canção em si deixa a lamúria sonora para trás, apostando em partes rápidas e outras bastante pesadas – a parte instrumental final, que remete ao Sepultura da fase antiga, é muito bacana, poderia ter durado mais tempo.
Em ritmo alucinado, “Free Mumia (A Panther in the Cage)” vocifera a história do ex-Pantera Negra Abu-Jamal e seu julgamento no mínimo duvidoso, que o levou a condenação de prisão perpétua, posteriormente revogada. Resumindo, trata de racismo.
Após um terço do álbum ter rolado, você nota como as letras se relacionam as partes musicais, compondo um álbum coeso, completo e relevante. Deste ponto para frente, quaisquer dúvidas sobre a qualidade da banda já se esvaíram. Agora, é só aproveitar a música e, para uma parcela menor mas extremamente valorosa, ler as letras e absorvê-las. A dobradinha “Webchaos” e “Xenophobia” são auto-explicativas no que tange o conteúdo lírico. Musicalmente, dois monumentos death metal, com vocais guturais raivosos, guitarras furiosas mas congruentes alicerçadas por uma cozinha poderosa e certeira. As nuances thrash na medida tornam o trabalho mais aderente, não o deixando cair na confusão sonora inerente ao death.
Com um dedilhado característico do thrash, “I Choose my Blood” é a mais acessível, com power-chords e letras inteligíveis – o refrão, “I choose my blood, They gave me their hands, My roots are burned, Bleeding what I feel”, caberia em algum single do Amon Amarth. Crua e com uma letra direta contra políticas gananciosas – Estados Unidos da América – “Terror Paranoia” é um rolo compressor, que tem como contraponto a acústica e bela “The Illusion Of Suffering”, que resgata a atenção dos mais desavisados, com violões e vozes rasgadas.
As músicas são curtas no geral, com exceção da extensa “Charlottesville”, que encerra o álbum, com partes grandiosas, mesclando os elementos ouvidos nas faixas anteriores – funcionaria melhor, entretanto, se fosse um pouco mais enxuta.
A força sonora do Pandemmy poderia ser amplificada por uma produção que valorizasse mais as partes de guitarra, cuja boa execução fica relegada a segundo plano pela falta de punch. Os demais elementos estão bastante satisfatórios. Porém, as músicas são boas e tem poder para manter o ouvinte atento no trabalho deles daqui para frente.
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