1. Intro
2. Tirania
3. Entorpecido
4. Medo
5. Raça Humana
6. Cangaço
7. Chacina ou Camburão
8. Farsa
9. Manipulado
10. Rankatoko
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O quarteto de Thrash/Hardcore Rankatoko lançou em setembro de 2019 seu disco de estreia, chamado Indigestão. Antes, em janeiro, havia saído o EP Chacina e Posse. O grupo foi formado em 2018, e sim, seu nome foi inspirado naquela música do Ratos de Porão, “Arranca Toco” (disco Carniceria Tropical, 1997).
A abertura de fato vem com “Tirania e Posse”, e então o nome do grupo teve todo sentido do mundo. O “arranca toco” vem veloz, com um vocal que lembra um Johan Liiva com gripe e com letras agressivas, como fica evidente em versos como “Cultura pelo poder, alienado vá se foder” ou “Merda pro seu orgulho, destruidor de futuro”. Todo o conteúdo lírico dessa faixa parece ter destino certo. A porrada segue com “Entorpecido”, outra faixa furiosa, que desacelera um pouco para imprimir ainda mais peso em determinadas passagens mais cadenciadas.
A dupla seguinte, “Medo” e “Raça Humana”, segue priorizando o peso, mas tendo volta e meia algumas passagens mais velozes. A crítica voraz à política e questões sociais continuam tão ácidas quanto no começo do disco. “Cangaço” assume nuances sonoras da cultura daquela região,e relata o sofrimento e exploração do povo pelos governantes, e sugere uma reação contra a situação dominante. Se destacam musicalmente os solos os bons riffs. Com uma guitarra caótica e pouco convencional “Chacina” se destaca.
Duas faixas mais extensas abrem a última parte do álbum. Primeiro “Farsa”, que começa arrastada, desesperadora, e depois emenda numa pegada hardcore. E esses dois lados se mesclam em 4:20 de música. Com uma introdução dedilhada e mais tranquila, “Manipulação” sugere desde seus primeiros instantes que é a melhor faixa do play. Quando a parte pesada entra, em velocidade moderada, com vocais ríspidos e muito peso, essa suspeita se confirma. A parte final tem ótimas melodias de guitarra. Soberbo. O fim definitivo vem com a música que dá nome à banda, e é uma espécie de epítome de tudo ouvido nos 29 minutos anteriores.
São 9 músicas – mais uma “intro” – em cerca de 32 minutos, o que é mais que suficiente para dar seu recado. A gravação e produção, feita no Loud Factory, em São Paulo, é ótima. O material que recebemos também é digno de nota, afinal, o CD vem em um digipack bem bacana, com encarte com as letras e muito bonito, pois é simples e efetivo. A capa é espetacular, mais uma obra de primeira do grande Marcelo Vasco.
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