1. Realidade
2. Massacrados
3. Corruptos
4. Conflitos Sociais
5. Humanidade Desumana
6. Sociedade é uma prisão
7. Meu Filho (Câmbio Negro HC Cover)
8. Desconstrução (Ação Direta Cover)
9. Medo (Cólera Cover)
LISTEN
O Tumulto, banda da cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, foi formado em 1991, e já possui uma longa história dentro do cenário do underground brasileiro. Seu presente e mais novo disco, “Conflitos Sociais”, lançado agora em 2017, não é exatamente um trabalho inédito.
A banda começou sua carreira fazendo Punk e Hardcore com muita propriedade e, um ano depois de formada, lançou um LP-Split chamado “Conflitos Sociais”, dividido com a banda Death/Thrash Morthal, cujo lado do disco intitulava-se “Scar In Flesh”. As faixas do Tumulto foram produzidas por Rédson, do Cólera, e refletiam bem as suas condições de lançamento independente, soando bastante cruas. Ao longo do tempo, o Tumulto mudou de formação, permanecendo apenas o baterista Márcio Duarte, e também migrou para o Thrash Metal, já contando com o vocal e a guitarra de Germano Duarte. O trabalho que chega as nossas mãos, complementado com a participação do baixista Rafael Feldman, é uma regravação do Split de 1992, podendo ser resumido como o espírito das canções originais, executadas com a produção e a habilidade instrumental atual.
A intenção de resgatar o passado já surge na capa realizada por Elielcio Dreher, que é uma releitura mais bem acabada do conceito da ilustração original. O produtor Emerson Pereira obteve um som pesado e seco, que evidencia a marcação firme que as músicas possuem. Apesar de serem as mesmas composições, elas soam hoje mais próximas do Metal, com riffs que lembram o efeito obtido pelo Black Sabbath em suas passagens mais aceleradas, deixando o resultado em um ponto de interseção entre esses dois universos tão próximos entre si, o Punk e o Metal.
O vocal forte de Germano Duarte faz com que tudo soe bem mais agressivo e por vezes somos remetidos ao clima de discos como “Crucificados Pelo Sistema”, do Ratos de Porão. Em razão das músicas serem curtas e diretas, a audição completa do trabalho acaba por passar rápido demais, mas é algo que você não consegue largar, sendo fisgado a partir da abertura pesada e dinâmica de “Realidade”. “Massacrados”, por outro lado, tem um refrão que nos traz a lembrança os gaúchos do Replicantes.
A releitura do Split, que só pela melhor performance já é essencial, como se vê na intensidade sonora do refrão de “Corruptos”, teve o cuidado de oferecer algo a mais e incorporou três covers de nossa cena punk brasileira que ajustaram-se extremamente bem ao contexto do lançamento, sendo essas as faixas “Meu Filho”, do Câmbio Negro HC, “Desconstrução”, do Ação Direta, e “Medo”, do Cólera.
Se você conhece o disco original, vale a pena pegar esse aqui, e se não conhece, vale a pena da mesma forma. É música pesada sem poréns, que lhe golpeia pelo ritmo e pela realidade estampada nas letras, que são de vinte e cinco anos atrás, mas que poderiam ter sido escritas hoje, sem alterar uma palavra que seja.
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