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sábado, 29 de dezembro de 2018

Primordium - Old Gods - 2017 - Download


Gênero: Death Metal

01. Pesedjet
02. Num (Pralaya)
03. The Awakening (Manvantara)
04. God of Light
05. Nuit
06. Geb's Throne
07. Anhu Shu
08. Iunet Mehet (Pillar of North)
09. Lady of Water
10. The Scribe
11. Chernobyl (Hammeron cover)

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Eu sou dotado de uma espécie de ansiedade inata que não me permite protelar nada nesta vida. Pago minhas contas antes do vencimento, cumpro minhas atividades profissionais antes do fechamento dos prazos e por aí vai. Isso atinge também a minha preparação de listas de “melhores do ano”. Começo a montá-las já a partir de janeiro. Sério! Não concluo, claro, mas já vou registrando aqueles discos que podem vir a entrar na edição final que, já tão próximo do encerramento do período, apresenta-se mais ou menos finalizada. Apenas fica no aguardo de, eventualmente, aparecer algum disco que force uma revisão. E apareceu.


Proveniente do estado do Rio Grande do Norte, a Primordium não é um nome novo na cena. Existente desde 1999, a banda lançou, em seus primeiros dias, duas demo-tapes e, depois, aguardou por dez anos até finalmente estrear com o registro do EP “Gates of Re-staú: Conjuration Of Daemon Apopi”, em 2012. Desde então, adotou uma regularidade entre seus trabalhos, lançando, agora em 2017, o álbum “Old Gods”, sucessor de “Todtenbuch”, de 2014.


Sendo adepta das temáticas egípcias, a Primordium aborda o tema com a devida profundidade, indo além dos lugares-comuns tão fáceis para a maioria. Ouvir o disco, e escutar as escalas musicais daquela região, adaptadas para o Death Metal, é uma experiência que se completa com a visualização da capa, ricamente ilustrada por Sandro Freitas, com um grafismo tão integrado ao clima das composições que nos faz pensar que o artista fazia seus esboços na mesma sala e no mesmo tempo que a banda compunha suas canções.


Brutalidade e beleza são dois conceitos inconciliáveis para a maioria, mas que se casam perfeitamente aqui. A intro “Presejet” cria o clima de misticismo e profundidade para que adentre a faixa “Num (Pralaya)”, uma música que, mal começa, e nos surpreende com uma inesperada mudança de andamento, conduzida por percussões exóticas. Os guturais de Gerson Lima perfazem o tom de celebração profana, com o apoio dos riffs bem pensados de Thiago Varella e Alex Duarte, amparados nas bases do baixista João Felipe Santiago e do baterista Lucas Somenzari, cuja atuação tem o cuidado de intercalar blast beats com levadas mais variadas.

Não teria sentido uma banda, que trata sobre civilizações antigas, ter uma sonoridade modernosa, por isso o clima de suas composições é bem old school. A modernidade se fará presente, mas será identificada na qualidade da produção. Está alta e clara como necessita; suja e agressiva como precisa. Uma faixa como “The Awakening (Manvantara)” se destaca não dentro do disco, mas dentro do contexto da nossa produção atual, pois, na comparação com as demais músicas, o equilíbrio é constantemente deslocado para as posições mais elevadas de nossos padrões. Já a sequência que vai de “God Of Light”, até “Anhu Shu”, é algo de soberbo em termos de variações, perfazendo um nível de excelência tão compacto que necessita de uma pausa para nos permitir uma melhor absorção. A instrumental “Iunet Mehet (Pillar of North)”, que vem em seguida, tem um clima de caravana tranquila, que pernoita em um oásis estrelado e recupera as forças para prosseguir o ritmo intenso de sua jornada, com  “Lady of Water” e a mistura de riffs tradicionais com arranjos extremos de “The Scribe”.


O disco termina pagando tributo à ancestral banda natalense Hammeron, com a faixa “Chernobyl”, perfazendo o ciclo de renovação que engrandece a história do Metal. Bandas como a Hammeron inspiraram outras, como a Primordium, a prosseguir com a missão, da mesma forma que a civilização egípcia, até hoje, nos ensina e inspira tanto, seja na ciência, na literatura, no cinema ou no Death Metal! Ser surpreendido a essa altura, quando eu imaginava que o ano já não me traria mais nada é, antes de qualquer coisa, uma satisfação! Mostra o estado de permanente superação que nossas bandas possuem e me deixam na torcida para continuar sendo surpreendido: Hoje, amanhã, na próxima semana, e na outra, e assim permanentemente!

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