Gênero: Progressive Metal
1. Old Major
2. Popenstein
3. Blank Death
4. I330
5. Stains
6. Yellow Paper
7. In Limbo
9. 3 Bullets Left, 4 Enemies
10. Blank Label
11. Same River
12. Progressive Disorder
13. Wallow In Nostalgia
14. Curtains Will Retreat
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Formado em 2002, o Deventter aos poucos foi se estabelecendo como um dos interessantes novos nomes do metal progressivo nacional, graças ao material consistente apresentado em seus dois primeiros discos, The 7th Dimension, de 2007, e Lead... On, de 2009. Quatro anos depois e agora como um quinteto, a banda está lançando o seu terceiro álbum, Empty Set.
Gravado no Norcal Studios e produzido por Adriano Daga e Brendan Duffey, o trabalho representa mais um largo passo em sua discografia, agregando uma gama muito maior de influências musicais, construindo o panorama musical que serve de base para um conteúdo lírico crítico e reflexivo, tratando da coletivização e da impessoalidade do ser humano e da sociedade.
"Old Major" abre o disco de maneira direta, pesada (e isso não quer dizer baixas afinações ou milhares de batidas de minuto – mas sim no lado atmosférico) e com uma interessante oscilação instrumental, que, apesar de simples, a princípio, contribui muito para o crescendo melódico da faixa. E falando em atmosfera, "Popstein" é soturna e carregadíssima, como um bizarro híbrido entre Nine Inch Nails e o Pain of Salvation dos dois últimos álbuns, enquanto "Blank Death" se aproxima do metal progressivo mais convencional, se considerarmos os seus moldes menos virtuosos, destacando ainda mais a excelência da letra e da melodia no refrão.
Aliás, nesse ponto é importante notar como as linhas e texturas de teclado se tornaram um elemento extremamente diferencial, e responsável por vários detalhes ao longo das faixas, que tornam a audição uma experiência única. Isso se torna bem evidente em "I-330", aonde toda a base se forma sobre diferentes timbres, construindo um clima épico que se encaixa perfeitamente com o conteúdo lírico, e também na seguinte, a bonita balada "Stains" e os seus traços de atmospheric rock, com dois pés no pop (como se isso fosse um problema).
Em "Yellow Paper", por outro lado, é pulsante a influência de Porcupine Tree, principalmente se considerarmos o trabalho de guitarra e a estrutura musical flutuante adotada pelo grupo de Steven Wilson após o Deadwing, enquanto "In Limbo" tem um ritmo constante com diversas camadas de efeitos eletrônicos, e transmite uma sensação de estática, beirando a claustrofobia, mesmo com essa caracterização de ser uma faixa de passagem. Principalmente porque, "No... Deal" segue por caminhos muito próximos do avant garde metal, focando principalmente nos aspectos mais interpretativos, com ótimos resultados.
Esse foco permanece em "3 Bullets Left, 4 Enemies", uma melancólica faixa que soa como a trilha sonora para um filme envolvendo ao mesmo tempo realidades virtuais e uma atmosfera western, aonde a letra auxilia em muito para visualizar a história sendo contada. Para tranquilizar a mente, "Blank Label" é mais um momento de calmaria, quase despretensioso e em formatos tradicionais, enquanto "Same River" e "Progressive Disorder" parecem unir o progressivo da escola sueca com alguns elementos de MPB.
"Wallow In Nostalgia", apesar de quase nove minutos de duração, tem andamento e desenvolvimento musical quase hipnótico, de melodias fáceis sobre ritmos mais complexos, que remetem diretamente à época áurea do progressivo, porém com uma roupagem atualizada. A cortinas de Empty Set se fecham com mais uma faixa extremamente teatral, que apesar de inicialmente de poucas pretensões, contém uma dose de sentimentos que definitivamente se encaixou com o encerramento do álbum.
Interessante notar como o Deventter deixou de lado vários elementos do metal progressivo abordado no último álbum, acompanhando ao seu próprio modo as tendências do estilo, que aos poucos foi deixando a virtuose de lado, e voltando-se para a interpretação e o sentimento de cada faixa.
Principalmente porque Empty Set não é apenas uma coleção de canções unidas em um disco, mas também oferece uma experiência de audição dinâmica, que atravessa múltiplas vertentes e vai gradativamente mais fundo em questões de complexidade, sempre seguindo o trilho da própria identidade musical da banda. Ou seja, é possível identificar um caminho comum enquanto você passa por músicas que exploram diferentes possibilidades, prendendo a atenção a cada mudança de andamento ou troca de faixa, por um motivo simples e essencial: você não sabe o que virá. E esse, definitivamente é o maior mérito do novo trabalho, ao entregar o ouvinte uma surpreendente viagem de mais de setenta minutos.
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