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quinta-feira, 28 de março de 2019

Heavenless - Whocantbenamed - 2017 - Download


Gênero: Deathcore

1. Enter Hades
2. Hopeless
5. Soothsayer
6. Odium
7. Uncorrupted
8. Deceiver
9. Point-blank

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LISTEN



O Heavenless é uma banda nova, mas que conta com músicos já experientes do nordeste. Os caras estrearam em disco com whocantbenamed, um trabalho direto ao ponto, de inegável frescor e agressividade.


O começo, com frases “ao contrário”, incomoda um pouco, mas logo dá espaço ao som do Heavenless, que aposta em algo bastante pesado, com velocidade do moderado para o rápido; em “Enter Hades” se sobressaem as partes velozes. O som moderno, atualizado, se concretiza com riffs quebrados no melhor estilo pula-pula e com a percussão remetendo a algo tribal, com sutileza, em determinados momentos. A fórmula é repetida em “Hopeless”, que lembra elementos usados pelo Slayer no Repentless.O vocal é gritadão, ficando em sua zona de conforto quase em tempo integral. Ainda na segunda música há um interlúdio que lembra a fase experimental do Napalm Death nos anos 1990 (Fear, Emptiness, Despair mandou lembranças).


Em “The Reclaim” eles trazem algo mais arrastado, novamente bebendo na fonte do Slayer, mas ainda assim com identidade. “Hatred” volta com a velocidade e peso abusivo, no momento alto do play. Velocidade que não é uma constante, ao contrário do peso, que transborda a cada segundo do álbum. A velocidade é apenas mais um elemento que é usado sabiamente,nós momentos certos, para incrementar o trabalho, e não deixá-lo monótono. O disco transcorre e se encerra com “Point-Blank”, um epílogo que reúne tudo o que o disco havia mostrado até então.


E o som encorpado de whocantbenamed certamente aguça as percepções do ouvinte. É o peso colossal do – pasmem – trio unido a produção de Cassio Zambotto que deram vida ao álbum. É impressionante como tudo soa como um chute no peito, mas na hora dos solos, sons mais agudos dilaceram seus tímpanos. Junto a tudo isto, há algo de percussivo em determinadas passagens da bateria, o que dá identidade e frescor a tudo. E não para por aí. a parte lírica é bastante profunda. Basta dizer que o título do álbum é uma referência “a forças do mal” – o costume popular de não falar o nome do inimigo, sabe-se lá o porquê. Leia as letras, vale a pena. O toque final é a capa, macabra em seus tons cinzas. Ela lembra bastante (até pela sua moldura) a última capa do Monster Coyote, a outra banda do baixista e vocalista Kalyl Lamarck – ambas obra de prolífico Hugo Silva.


Ao dissertar sobre a obra e vida do grupo, Lamarck, declara que “O Heavenless ainda está no processo de autoconhecimento”. Considerando que o trio uniu Death Metal com Hardcore e um tanto de doom dissonante, e trabalhou esses elementos de maneira soberba, há de se imaginar que essa epifania ideológica e musical logo chegará ao seu êxtase máximo. O Heavenless está adiantado nessa busca e – mesmo inserido em um contexto pouco favorável ao seu estilo – muito a frente de boa parte das formações sonoras existentes nesse Brasil todo.

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