Gênero: Melodic Hard Rock
1. Don’t Dare Stop
2. The Best Of Me
4. Travel The World
5. Poisonous
7. I’m Going Crazy
8. Lightning
9. Reason To Live
10. Bad Choices
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Sabe aquelas estreias, que você houve e fica pensando se o que está ouvindo é mesmo uma estreia? Essa sensação muitas vezes ocorre quando a qualidade do material ouvido é superior e de extremo bom gosto. Pois foi exatamente esta a sensação que tive ao ouvir o lançamento desta semana, através da gravadora dinamarquesa Lions Pride Music. O lançamento em questão traz no seu título a expressão significativa “Não Ouse Parar”, tradução livre de Don’t Dare Stop, o álbum de estreia da banda catarinense Deserta. A própria história da banda já nos permite entender o significado do título do álbum, uma vez que eles estão na estrada há uns 15 anos e não ousaram parar. Ao longo deste tempo, já tocaram em várias cidades do Brasil, tendo a oportunidade de abrir shows para grandes artistas nacionais e internacionais, encantando seus ouvintes com o mais puro hard rock oitentista, recriado com maestria pelo quinteto formado por Uly Dolph (vocais), Thirray Priester (guitarra), Maikon Koroll (baixo), Renato Hafermann (bateria) e Fab Jablonski (teclados), que vem conquistando o público com sua irreverência no palco e qualidade técnica. E para sobreviver nesse mundo caótico, que tenta nos devorar a cada segundo, parar pode significar uma tragédia, então para nunca será uma opção. Basta dar uma olhada na arte da capa do álbum para compreender a profundidade disso.
E por falar em qualidade técnica, aqui abrimos um parágrafo à parte, justamente por conta do que foi dito na primeira frase desta resenha. Todos aqui se destacam muito bem, na execução de seus instrumentos e todas as 10 faixas do álbum são perfeitas e suas harmonias, seus fraseados, seus timbres, seus riffs e solos enlouquecidos, refrões grudentos e melodias cativantes, que te transportam imediatamente numa viagem de volta no tempo, porém mantendo a sensação de não saímos do momento atual. Essa mescla de passado e presente se completam, tornando as canções mais belas e melhor assimiladas por nossa audição. Além dos músicos, outro destaque é a produção, limpa, cristalina e fina nos mínimos detalhes da costura musical. Todas as canções foram escritas por Uly Dolph, gravadas no AG Studios & Bat Caverna Studios, com mixagens e masterização assinadas por Thirray Priester e Jonas Godoy e produção de Thirray Priester, coproduzido por Uly Dolph & Douglas Bifaroni. Notem que os próprios membros da banda estão envolvidos nesse processo, o que é um ponto extremamente positivo para manter o padrão de sua própria história.
A audição começa com “Don’t Dare Stop“, a faixa-título, típico de como eram os álbuns daquela época. E não poderia ter começado melhor. A música tem uma “raiva” natural, é potente, com guitarras no talo e bateria em ebulição. Musicalmente um Hard N’Heavy enlouquecedor, que já te faz bater cabeça. “The Best Of Me” segue a mesma pegada, porém mais puxada para a hard, sendo mais acelerada e cheia de camadas vocais. “Rose”, o primeiro single lançado, vem em seguida. A faixa é mais clássica, trazendo uma bela melodia bem cadenciada. “Travel The World” se apresenta como uma linda balada, sendo levada por um vocal aveludado, acompanhado ao som do violão. Como sugere o título, é uma verdadeira e deliciosa viagem. Lembra aquela compilação “Love Metal”, lançada pela Som Livre? Então, ela poderia muito bem fazer parte desta coletânea. Um dos maiores destaques do play. Após o belo mergulho afetivo surge “Poisonous”, que dá uma animada no play. A faixa tem uma aceleração mais cadenciada, um pouco mais hard-pop. “Gigolo”, que foi lançada no começo do mês como single, entra acelerada, derrapando na curva e botando fogo no parquinho. Eu diria que é a mais acelerada do play, lembrando as canções clássicas do senhor David Lee Roth. “I’m Going Crazy”, a sétima faixa, abre com uma guitarra poderosa, com a cozinha pulsando enraivecida. Um hard clássico pra não se botar defeito. E por falar em cozinha pulsando, os bumbos da bateria dão um toque especial. E como tudo o que é bom dura pouco, “Lightning” nos lembra que a audição vai chegando ao fim. A faixa é bem aberta e despretensiosa, com um saborzinho jocoso, que te leva a dançar mesmo sem querer. “Reason To Live” é mais uma balada, desta vez lembrando alguns dos clássicos do Bon Jovi de outrora, com um toque e uma levada meio country. Muito gostosinha de ouvir. Encerrando a audição do play temos “Bad Choices”, mantendo a lembrança em Bon Jovi, porém mais pulsante, que sua antecessora. Um boa faixa pra dar minutos finais a audição.
Ao longo da audição, percebe-se a forte influência oitentista nas composições. Daí você pergunta, não seria isso ruim, tipo apenas mais um do mesmo e coisa e tal? A minha resposta é um contundente “NÃO”. Isto porque, como disse é uma influência, não uma cópia. Ao ouvir as canções, você será lembrado dos idos anos 80, mas manterá sua atenção nos dias atuais. O mais curioso é que o timbre vocal de Uly Dolph lembra muito o digníssimo Eric Martin, do Mr. Big, em vários momentos, fazendo você até se confundir até, mas como os arranjos são bem modernos, essa “confusão metal”, logo se desfaz e te atualiza novamente. Enfim, eis aqui uma banda que honra com louvor as raízes do clássico hard rock, não aquele farofa, ou glam, mais o hard rock na sua essência. Um belo ponto positivo. E como falei lá no início, os músicos dão um show de qualidade e técnica sabendo exatamente o que estão fazendo e desta forma nos entregam um trabalho forte, coeso, certeiro e competente, como há muito não se via. E se você duvida do que eu acabei de dizer, clique no play abaixo, ouça sem preconceito e tire suas próprias conclusões. Mas, te dou um conselho: DESERTA – Guarde bem este nome, que, sem dúvidas, veio pra ficar e se tornar um dos expoentes do hard rock em nosso país, afinal como diz o título do álbum, “Não Ouse Parar”!!!.
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