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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Adellaide - Deja Vu - 2022 - Download

 

Gênero: Melodic Hard Rock, AOR

01. Transcendence
02. Superfanatic
03. Without You
05. Unia
06. Falling Petals
07. Fell from the Sky
08. It's Not the End
09. Time Riders
10. To Live Forever

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A banda paulistana, Adellaide, hoje um dos expoentes do AOR no Brasil, está lançando seu quarto e mais novo álbum, intitulado Deja Vu, via Lions Pride Music. O novo álbum conta com 11 novas canções, destilando o mais puro hard rock melódico. A banda, formada em 2016, lançou seu EP de estreia Adellaide, no mesmo ano, e o primeiro álbum cheio, Flying High, no ano seguinte, chamando cada vez mais a atenção do público e da crítica. Em 2019, o segundo trabalho completo ganhou os holofotes, New Horizons, que inclusive trouxe parcerias internacionais, bem como de alguns nomes emergentes do chamado metal nacional ou rock cantado em inglês. Todos os trabalhos da Adellaide foram lançados pela gravadora dinamarquesa Lions Pride Music, e agora chega a vez do consistente trabalho Deja Vu. Quando ouvimos este novo álbum, a sensação que temos é mesmo essa, de “Déjà Vu”, algo do tipo já ouvi isso antes. Porém, o curioso é que esta sensação não traz um peso pejorativo, como algo semelhante ao chamado mais do mesmo. A sensação fica por conta das composições em si, muito inspiradas, com excelentes arranjos, vocalizações em alto nível, cada vez mais grandiosas e ousadas. Este novo álbum traz algumas mudanças significativas, que encorpam as melodias e deixa uma nova atmosfera no ar, muito por conta da produção, desta vez assinada pelo músico e produtor chileno Ed Omar Carabantes, que também foi o responsável pela mixagem e masterização. As evoluções do álbum giram em torno da nova formação, que conta com o músico Marcelo Naudi, que assume o baixo em lugar de Cadu Yamazaki, falecido em 2020, e o baterista Allan Juliano.


Deja Vu, assim como seu antecessor, New Horizons, traz algumas participações especiais, como o saxofonista Deraldo Matos, que traz um embelezamento às canções de que participa, dando uma nova roupagem ao som da Adellaide, que é um dos pontos mais positivos deste novo álbum. A vocalista ucraniana, radicada em Estocolmo, Suécia, Marina Ammouri, repete o sucesso em New Horizons, com uma nova participação em Deja Vu. O álbum traz ainda os vocais de apoio da vocalista chilena Gigolette Angeline, em diversas faixas. O guitarrista Marcelo Naudi, o produtor Tito Falaschi, o vocalista chileno Eddie Vantez e o vocalista gaúcho Rod Marenna também deixam suas marcas em Deja Vu. Desta vez, a parceria vocal fica por conta da vocalista Juliana Rossi, da banda Silent Cry, que entrega um trabalho emocional e espetacular em sua interpretação. O artista Joey Polycarpo assina novamente a arte da capa, belíssima, por sinal.


Deja Vu abre com a poderosa “Transcendence”, com uma dobradinha de teclados e saxofone, na introdução, que eu poderia até ser levada à linha introdutória de sax da clássica “Baker Street”, de Gerry Rafferty. Mas, as semelhanças param por aí. A faixa aqui é grandiosa por si só, com arranjos e vocalizações num nível estratosférico. O refrão, altamente emocional, não sai da cabeça. Uma deliciosa canção, que é facilmente indicada a melhor do play. Em seguida, temos “Superfanatic”, mais rápida e forte, subindo o nível em termos de poder e velocidade. “Without You”, lançada ontem como terceiro single e que no álbum tem a versão estendida e um bônus editado, é a expressão do AOR mais moderno, encorpado, que nos brinda com uma linda linha de teclados, de Leandro Freitas e um ótimo arranjo, que dá a ela um ar poderoso. “Girl From Syria”, lançada como primeiro single e que ganhou um belíssimo vídeo clipe, com a participação da dançarina Cris Fairuza, encerra com louvor a primeira parte do trabalho. A batida forte de Allan Juliano, na bateria é um dos destaques. Os arranjos são fantásticos, conferindo um ar dançante delicioso. Traz ainda um belo solo de guitarra de Vitor Balconi.


“Unia”, a quinta faixa, nos leva a parte central do play. A faixa é poderosa e melódica, alternando momentos mais acelerados, quase hard com outros menos intensos. Uma canção interessante pela variação, com um ar de “A História sem Fim”, aquele clássico do cinema de aventura. “Falling Petals” vem a seguir. Lançada como segundo single, é uma linda balada, com o vocalista Daniel Vargas destilando emoções. A canção é levada principalmente pelos teclados, conferindo a ela um ar bucólico e viajante, terminando em um dos mais belos e inspirados solos de guitarra. A sétima faixa, “Fell From The Sky” nos brinda com a belíssima voz de Juliana Rossi, que faz os vocais principais, ao acompanhamento de Daniel Vargas, com a dupla funcionando harmoniosamente. É uma semi-balada muito bonita, destaque do play também, que faz você simplesmente tentar repeti-la ao final.


Chegando aos momentos finais da audição, temos “It’s Not The End”, que começa de forma guitarrística, mais intensa, postada justamente para nos recompor dos momentos mais emocionais e nos trazer de volta à realidade e conta com os apoios vocais de Marcelo Naudi. O andamento não é tão acelerado, mas o suficiente para nos despertar, pois tem uma levada mais dançante, que nos faz balançar ao seu ritmo. “Time Riders” traz um pouco mais de animação, até sendo uma canção um pouco diferente das demais, em intensidade. É acompanhada novamente pelo sax de Deraldo Matos e tem um solo forte e rápido. A canção final “To Live Forever”, que traz os vocais de apoio de Rod Marenna, chega para dar aquela sensação de fechamento consistente, pra te fazer querer voltar ao início e começar tudo de novo. É uma música acelerada e coesa, com um refrão aventuresco. Ótimo trabalho da cozinha, com baixo e bateria muito bem encaixados e guitarra no talo. Finalizando, o play traz uma versão editada para o single “Without You”, pra fechar a audição com a sensação de “acho que já ouvi isso antes” ou o clássico “Déjà Vu”, por que não?! E não à toa, a canção é poderosamente linda e vale cada minuto de sua expressão.


Bem, após ouvir o play, o que podemos dizer ou destacar de Deja Vu? Em primeiro lugar, é um álbum muito bem produzido, que nos faz sentir cada emoção presente. Cada faixa é pensada e executada de forma brilhante, profissional, visceral. Ao longo do caminho, entre New Horizons e Deja Vu, a banda passou por situações angustiantes, como a perda do baixista Cadu Yamazaki, aqui sendo linda e devidamente homenageado. Mesmo assim, sem deixar a peteca cair, vieram e nos entregaram o seu melhor trabalho até aqui, em sua trajetória de 6 anos de existência. O entrosamento entre os músicos é perfeito, os arranjos são grandiosos, as participações são pontuais. Eu até gostaria de apontar um destaque no trabalho, mas é tudo tão coeso, tão harmônico, que não dá pra destacar. Tudo aqui é destaque. Quando terminamos a audição de Deja Vu, ficamos com a sensação de que a banda Adellaide nos entregou um dos melhores lançamentos do ano! E que privilégio pra nós é podermos testemunhar isso!

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