Gênero: Progressive Rock
1 Windmaster
2 Dorian Grey
4 Lydia In The Playground
5 Unimpossible
6 Tarde Demais
7 Vintitreis
8 Whereisit
9 Sand Horses
10 Chromaterius
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Conheci essa banda a alguns dias e fiquei realmente encantado com o que ouvi, fico pensando como que eu pude deixar passar batido por tanto tempo uma banda nacional dessa qualidade, mas o importante é que agora me redimi desse erro e a ouvi bastante nesse período até sentir a vontade de expressar minha opinião em uma resenha sobre alguns dos seus discos, sendo o escolhido aquele que mais gostei, The Last Tribe.
Após ouvir os seus dois discos anteriores a The Last Tribe, parece que aqui a banda estabeleceu um som bem definido, utilizando assim uma tela bastante vasta de ideias para criar a sua própria marca de rock progressivo instrumental e pesado. Se por um lado eles são econômicos, esparsos e eficazes, por outro tudo é repleto de detalhes.
A banda simplesmente parece vagar alegremente por onde dá na telha, mas sempre bem direcionada.
“Windmaster” é um começo de disco bastante poderoso. Possui uma demonstração de guitarra que é pura destreza, além de incomum, sendo muito bem apoiada pela bateria. Alguns momentos podem ser vistos como um fusion por algum ouvinte de primeira viagem, mas eu acho que tudo soa mais como um hard rock de tendência progressiva, em que guitarras atmosféricas e distorcidas coexistem de uma forma perfeita em torno de uma harmonia belíssima.
“Dorian Grey” começa com um baixo que nos remete um pouco a “Watcher of the Skies”, mas isso logo desaparece e a música se transforma em um som de incrível cerimônia tribal. Aqui o trio deixa a linha atmosférica pra trás e decide atacar o ouvinte com uma artilharia mais pesada. Quando eu escuto esse tipo de música é quando eu tenho certeza que o rock viverá pra sempre, pois bandas como essa sempre estarão levando a sua tocha. Um som que é um verdadeiro tapa na cara.
“The Last Tribe” é a faixa título e também a mais curta do disco. A sonoridade tribal que esteve presente na peça anterior, segue aqui, mas agora intensificada com um trabalho excelente de percussão.
Acho que a guitarra distorcida soa de forma um pouco excessiva, mas mesmo assim podemos encontrar um bom som atmosférico, além de muito denso e que cai muito bem.
“Lydia In The Playground” é uma peça um pouco mais difícil de decifrar do que as anteriores. Mas em poucas – duas na verdade – palavras ela poderia ser descrita como, “suave e feroz”, pois eles tocam com variações sobre a mesma melodia, adicionando solos de guitarras frenéticos sobre atmosferas cintilantes.
“Unimpossible” carrega um ar que lembra um pouco Santana, criando alguns timbres meio paranoicos. Melhor dizendo, isso ocorre até mais ou menos os dois minutos e meio, pois nesse ponto a barragem se rompe e a banda nos inundam com algumas dissonâncias inspiradas em King Crimson, mais precisamente em Lark's Tongues in Aspic Pt I. Apesar de quebras radicais e mudanças constantes, tudo flui muito bem. Uma peça surpreendente.
“Tarde Demais” tem o seu começo por meio de uma guitarra elétrica orientada para o flamenco e que vai levando o ouvinte para uma performance atmosférica simplesmente arrepiante.
Sem dúvida alguma é um dos momentos mais belos do álbum, principalmente se olharmos como uma espécie de introdução para a fervorosa, “Vintitreis”, um dueto simplesmente perfeito de faixas onde eles criaram um verdadeiro equilíbrio fantástico entre o onírico e o frenético.
“Whereisit” e “Sand Horses” formam aqueles tipos de faixas que podemos encarar como o mesmo lado de uma mesma moeda, sendo ambas bastante agressivas e de tirar o fôlego. A segunda parece fluir um pouco mais naturalmente do que a primeira, mas de qualquer maneira, ambas devem ser ouvidas como uma unidade musical, pois elas se encaixam perfeitamente bem, como duas pedras de um quebra-cabeça.
“Chromaterius” é a faixa que fecha o disco por meio de um clima experimental e esquisito. Um momento do disco em que os membros da banda se permitem ser autoindulgente. Mas depois de um álbum praticamente perfeito eles tem crédito e podem ser dar ao luxo de correr alguns riscos. No fim eles no novamente acertaram em cheio.
The Last Tribe proporciona uma experiência gratificante do começo ao fim, sendo novo e inovador, além de carregar o espirito mais puro do rock ao mesmo tem que também bombardeia o ouvinte com a complexidade da música progressiva. Um CD feito para os fãs de rock progressivo que procuram algo sutilmente diferente, especialmente entre aquele público que prefere o lado da música mais instrumental – com 0% de vocais - do gênero.
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