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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Magister - The Art Of Changes - 2017 - Download

 

Gênero: Progressive Metal

3. Close to the Secrets
4. The Art of Changes
5. Getaway
6. Shadows of a Dream: I. Cold Fever
7. Winding Star
9. Massacre, Pt. 2: The Shining
10. Salvation Song

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“The Art of Changes” é um dos mais espetaculares trabalhos que já foram realizados dentro do amplo rótulo “metal”. É uma gema preciosa, um álbum que merece ser descoberto por toda e qualquer pessoa que goste do estilo, sendo praticamente uma aula sobre os caminhos e influências que desembocaram no heavy metal dos anos 80 – 90. Está tudo lá: a música clássica, que Ritchie Blackmore colocou no rock e Yngwie Malmsteen abraçou, aparece no zig-zag infernal de “The Endless Path”, baseada na “Ode à Alegria” de Beethoven e tocada na velocidade máxima pelo baterista Luciano Melo, como o Accept de “Fast As a Shark”. Os duetos de guitarra do Iron Maiden e Queensrÿche aparecem em vertiginosas e inumeráveis frases construídas e executadas meticulosamente pelos guitarristas André Evaristo e Fabio Gusmão. As baladas melancólicas que o Black Sabbath fez com Dio no vocal são lembradas na música-título. “Over the Rainbow” homenageia esse vocalista mais claramente, com um refrão fácil e os registros altíssimos do vocal. As músicas longas, complexas e os riffs agressivos do Metallica se fazem presentes em diversas passagens, mas em “Cold Fever” a referência se torna explícita, incluindo um pequeno solo de baixo de André Mellado (hoje no Woslom) com wah-wah, efeito favorito do falecido baixista da banda, Cliff Burton. “Salvation Song” é um rockão rápido que se abre num final melodioso, daqueles que você grita num show até acabar a voz, como todas as bandas de arena rock fizeram algum dia nos anos 80.


As composições do álbum são complexas e ao mesmo tempo prazerosas de ouvir, porque dificilmente algo se repete no percurso de cada uma. O trabalho vocal e instrumental é de um nível soberbo, uma conjunção que é vista pouquíssimas vezes. As letras são um capítulo à parte, muitas delas refletindo as convicções espirituais de André Evaristo, tema que é raro no gênero, mas evitam cair no didatismo. Como canta na faixa de abertura, André é um contador de histórias.


Ocasionalmente, pode existir alguma auto-indulgência com o experimentalismo, como a inclusão de uma passagem atonal no meio da faixa-título ou em “Massacre, Pt. 2”, feita inteiramente de ruído. Mas se o Black Sabbath incluiu uma faixa chamada “FX” em seu Vol. 4 láááááá em 1972, em 2002 já não deveria soar deslocado incluir incursões nessa área. Esses interregnos acabam por construir uma identidade sonora ao longo do registro, conferindo-lhe uma atmosfera única.


O Magister é uma banda de produção irregular, centrada em seu fundador André Evaristo (que tocou cinco anos no Torture Squad), guitarrista, vocalista e principal compositor. “The Art of Changes” foi gravado em 2002 e lançado apenas em 2017, sem nada perder em termos de atualidade. Merece um lugar entre os grandes trabalhos que o metal já pariu, não só no Brasil, mas no mundo.

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