Gênero: Death Metal, Thrash Metal
01. Unbreakable Curse
05. Warrior Spirit
06. Losing Myself
07. Peoples Temple
08. Serial Killer
09. Aleph
10. The Ghost of Hank Williams
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A banda Hylidae surgiu no Acre em 2009, e em 2011 estabilizou sua formação. O primeiro álbum não tardou a sair, mas o quinteto teve problemas internos e passou por um período de hiato, retomando as atividades em 2016 como um quarteto. Com um estilo voltado para o death/thrash, lançam em 2021 (depois de segurarem um tempo devido a pandemia) o segundo trabalho completo, Unbreakable Curse. A formação que o registrou é: Aldine Padula (voz), Erbesson Chaves (guitarra), Anderson Cassidy (baixo) e Roberto Bala (bateria).
O álbum foi gravado em Rio Branco/AC, no RB Studio, por José Risley e produzido por Roberto Bala. Mixagem e masterização ficaram a cargo de Davi Serra Barroso (Maximum Violence Productions, de Fortaleza/CE). A arte da capa, fantástica, é obra de Alcides Burn.
Aqui na resenha, vou seguir a tracklist de acordo com as plataformas digitais, e explicarei o motivo no fim desta resenha. O trabalho abre com “Unbreakable Curse”, com uma intro com um cântico de algum xamã, seguida de uma batida tribal de bateria que abre espaço para o restante da banda. O vocal gutural ficou meio deslocado, mas não compromete o resultado final. Um passo a frente é dado com “Hell is Hollow”, não tão pesada mas com partes cativantes no instrumental.
A veloz “Weak Minds” conquista de cara pela agressividade e pelo vocal opressor de Aldine Padula. O leve toque a lá Cannibal Corpse ficou bastante interessante. A melhor do play atende por “Warrior Spirit”, pesadíssima e reta, instaurando o caos principalmente pelo trampo das guitarras e pela profusão de partes distintas. O vocal em boa parte da canção bem esganiçado, meio na linha Fernanda Lira ou Schmier, funcionam muito bem aqui. “Losing Myself” reduz a velocidade mas aplica uma pequena dose extra de peso, com riffs densos e linhas vocais incomuns.
Mais melódica e portanto um pouco mais acessível, “Peoples Temple” conta com bons riffs e igualmente valiosos momentos com blast-beats. As partes mais cadenciadas são um bom complemento à composição (assim como o trecho final caótico), que se destaca em um álbum instrumentalmente homogêneo. Uma faixa com o título “Serial Killer” a princípio poderia sugerir algo mais amedrontador, mas no final da adução, nota-se que o grupo adicionou todos os elementos necessários. Novamente há riffs memoráveis e partes de fácil assimilação, com partes bem conectadas e fluídas. Baseada no terreno do thrash e do death, a Hylidae assimila influências mais modernas, tornando seu som interessante para diferentes tipos de fãs de música pesada.
Chegando a reta final do álbum, “Aleph” mescla os elementos ouvidos até então, servindo de ponte para a chegada da última música, “The Ghost of Hank Williams”. É normal as bandas deixarem seus épicos como encerramento de seus discos, e o Hylidae manteve a tradição. A bela intro engana, pois quando começa a levar o ouvinte para uma outra dimensão, é abruptamente interrompida para a entrada de mais uma composição de metal, com arranjos modernos. Há outro corte inesperado lá pelos quatro minutos e tanto, para a entrada de algo diferente, que parece até mesmo como uma faixa escondida no fim do CD, não uma parte da música em si. Em todo caso, é uma faixa excelente e um dos grandes destaques. Em tempo: Hank Williams era um artista country que morreu aos 29 anos, e tem como maior hit a música “Luke the Drifter” (pois é, eu também nunca ouvi).
O porém do trabalho fica para a performance vocal, que parece ter ficado menos impactante em comparação com o debut. Os vocais rasgados em sua maioria são bastante efetivos, esganiçados e agressivos. Os guturais, por sua vez, soavam mais agressivos e bem encaixados no álbum anterior, aqui, estão mais fracos em potência. Os primeiros urros em “Hylidae”, logo a faixa de abertura, deixam isto bastante evidente. Uma atenção maior a pronúncia do inglês certamente aumentaria a nota em alguns pontos. Há momentos certeiros, entretanto, como em “Home of Souls”, onde os urros vomitados remetem a algo do Carcass. De resto, o trampo conta com uma ótima produção sonora, músicas bem estruturadas e uma concepção gráfica impressa em digipack deslumbrante (algo que faltou no disco de estreia).
Há uma discordância entre a traseira do CD e o encarte, com títulos grafados de maneiras diferentes: A faixa 10, “A Ghost of Hank Willians”, no encarte consta como “The Ghost of Hank Williams”. A música anterior também diverge: na traseira está “Aleph”, e no encarte, “Aleph – Circle of the Rainbow Light”. A mesma coisa com “Peoples Temple” e “The Peoples Temple”, respectivamente. Se formos olhar para as plataformas digitais, outra curiosidade: No disco a abertura é com “Hylidae”, e online, a faixa se chama “Unbreakable Curse” (verificado em duas plataformas: Spotify e Deezer).
O Hylidae apresenta ótimas músicas neste segundo registro, e apesar de algum ponto específico, o balanço final é muito positivo. Acompanho a banda desde o álbum anterior, e recebi este com satisfação. Quando a pandemia permitir, o negócio é tocar bastante para divulgar este disco. A perseverança e o apoio dos headbangers é fundamental neste processo. Portanto, confira e prestigie o trampo do grupo e faça com que nossa cena musical cresça ainda mais.

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