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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

AnkerkeriA - Matriarch - 2021 - Download


Gênero: Death Metal

01. Baph Metro
02. Mother of Horrors
03. Lord of Flies04. Alis Mortis
05. Feeding Fools
06. Decerebrate
07. Key of the Abyss
08. Blessed Be Thy Shame
09. Widow
10. Brain Grinding Factory

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“Matriarch” é o debut da banda cearense de Death Metal, Ankerkeria, que nasceu na cidade de Fortaleza em 2013. O álbum foi lançado no último dia 1º de fevereiro, de forma independente.


Desde que comecei a escrever para o Mundo Metal, em todos os anos, sem exceção, há trabalhos de estreia de bandas nacionais que me impressionam muito. Esse ano não será diferente, pois meus ouvidos deram de encontro com o incrível “Matriarch” do Ankerkeria.


O álbum abre a canção “Baph Metra”, a qual foi um dos seus singles. Antes de falar da parte musical, preciso mencionar a excelente qualidade de produção do vídeo clipe. Ele é um curta-metragem fantástico, o qual reúne suspense, terror e ritual de magia, tendo aproximadamente quatro minutos só de filme, até que a banda aparece em cena; a música começa e a história se estende até a finalização do clipe. Ao todo ele dura 10m03s.


Agora, falando de música, “Baph Metra” introduz com riffs marcantes e matadores, daqueles que fazem a cabeça, instantaneamente. A dupla de guitarristas, Marcelo Louco e Felipe Facó, faz um trabalho impecável, que reúne técnica, feeling, solos rápidos e melodiosos. Vicente Ferreira faz tudo o que me agrada em um baterista de Death Metal. Ele sabe usar a sua técnica sem fazer com que a sonoridade perca o seu peso. A baixista Alessandra Castro dá sustentação harmônica a toda essa avalanche de Death Metal, usando de sua competência e sendo precisa. Os guturais de Joice Lopes são nítidos, o que é fundamental para mim. Seus vocais sombrios colaboram para compor essa atmosfera macabra, a qual é emanada pela sonoridade do Ankerkeria.


“Mother Of Horrors” é ainda mais acelerada que sua antecessora. Destaque para o trabalho da dupla de guitarristas, que faz valer a pena o fato da banda ter duas guitarras, pois muitas bandas, que possuem mais de um guitarrista, acabam não aproveitando isso de forma adequada. Marcelo Louco e Felipe Facó fazem valer a pena o fato de formar uma dupla. “Lord Of Flies” já é completamente diferente das duas anteriores. Ela é muito mais técnica, cheia de quebradas e contratempos insanos. Death Metal tocado com o coração e com maestria é um dos subgêneros mais apaixonantes que existe. Os guitarristas transbordam técnica nessa faixa, mais ainda que nas primeiras. A baixista Alessandra Castro faz um belíssimo solo, sendo o destaque absoluto da canção.


A sina infernal segue com “Alis Mortis”, que é rápida, brutal e aniquiladora de ouvidos de pelúcia. A cada audição do álbum, eu escuto “Feeding Fools“, que também ganhou uma versão em vídeo, pelo menos duas vezes. Passam delírios em minha mente. Eu penso: “parece uma banda de Jazz Fuzzion tocando Death Metal”, não que virtuosismo seja algo fundamental para a minha visão subjetiva sobre música, mas quando se trata de Metal extremo, a técnica é um elemento que, quase sempre, faz a diferença. “Descerebrate” inicia com aquele tipo de riff “sabbathico” que nunca erra, pois então, esse tampouco errou, pois pegou na veia. A faixa intercala momentos mais cadenciados e mais rápidos, mas o extremo peso prevalece sempre.


A audição consegue prender a minha atenção 100% do tempo e cada faixa me surpreende de modo diferente. “Key Of The Abyss” é a referência perfeita que eu tenho para Death Metal. Uma canção complexa, cheia de alternâncias rítmicas e ao mesmo tempo, visceralmente pesada. Destaco também suas variações vocais. “Blessed Be Thy Shame”, mesmo não sendo single oficial do álbum, também foi tema de vídeo clipe. Aliás, ele foi lançado em março de 2016, muito antes da conclusão e do lançamento do debut. “Regras punitivas / Mantendo-os com medo / Doença fanática / Esquizofrenia em alto grau / Óh suprema bondade / Santa justiça / Te imploro, teu sangue sobre mim”.


“Widow” é o penúltimo capítulo da primeira obra completa do Ankerkeria. O alto nível de todos os elementos musicais da banda continua sendo mantido. A sonoridade do quinteto cearense traduz um Death Metal moderno com influência old school. “Brain Griding Factory” é a página final dessa obra prima musical. Os riffs, variados como sempre, são de qualidade indiscutível. Todos os ingredientes desse disco formam uma receita adequada para uma sonoridade conquistadora. Espero que a banda siga no mesmo caminho nos registros futuros e, é claro, que eles não tardem a ser lançados. Tanto o Death Metal nacional, como o Metal da região nordeste, me deixaram boquiaberto mais uma vez.


Death é um subgênero que não tem meio termo para mim, ou eu gosto demais, ou tenho ojeriza. Porém dentro aqueles que eu gosto, há os que eu adoro e “Matriarch” do Ankerkeria se encaixa num desses exemplos. Aprovado e indicado para fãs de Death Metal e de música de qualidade.

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