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segunda-feira, 21 de junho de 2021

Chronon - Music Field Theory - 2020 - Download



Gênero: Progressive Metal

01. Cosmic Microwave Background
02. The Lagrangian Points
03. Feynman Path Integrals
04. The Chandrasekhar Limit
05. Fast Radio Bursts
06. Kugelblitz Black Holes
07. The Unruh Effect

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LISTEN



Introdução:
Em um momento em que as trevas da ignorância humana trazem desespero e negacionismo, são as luzes da Ciência que se opõem. Com todos os seus métodos, ela revela a riqueza do universo em que vivemos, ao mesmo tempo em que salva milhares de vidas por todo mundo. E algo que nenhuma hipótese “ad hoc” ou “argumentum ad hominem” podem contestar: a Ciência sempre é vencedora.


E mesmo o Metal tem lá seus grupos que gostam de flertar com temas científicos (que melhor forma de se engajar, não é?). Um deles é o projeto CHRONON, que chega com o excelente "Music Field Theory”.


Análise geral:
O grupo é baseado no trabalho da dupla de multi-instrumentistas David Lago e Christhopher Weinfurter. E as ideias deles, expressas nesse disco, são versáteis, e mesmo ousadas: um Prog Metal forte, atual e pesado.


De um lado, todo aquele trabalho instrumental técnico e diversificado, cheio de passagens influenciadas pelo Jazz e pelo Rock Progressivo (como se percebe em alguns momentos de maior evidência dos teclados), mas a banda mantém seus pés no Metal (especialmente devido a toques que trazem à memória algo da NWOBHM e do US Metal dos anos 80). E mesmo algo de mais moderno é ouvido (por conta da sonoridade mais abrasiva das guitarras).


E mesmo usando de músicas instrumentais, o trabalho da dupla é realmente sedutor, envolvente e transcendem algumas concepções sobre discos do gênero. Aliás, as narrativas entre as faixas são de cientistas falando.


Qualidade sonora:
O disco foi gravado, mixado, masterizado em dois estúdios: Hellfrost Studio (para as partes de guitarras, baixo e teclados), em Jaraguá do Sul (SC), e Estúdio Angels (para as partes de bateria), em São Paulo (SP), com produção de David Lago. A verdade é que um disco assim, em geral, tem uma formatação já bem estabelecida, certo?


Errado no caso de “Music Field Theory”. Embora limpo e bem definido (algo essencial para o Metal Progressivo), a banda não se furta em usar timbres mais atuais e pesados, e mesmo com alguns toques de Death Metal. Ou seja, soa pesado e agressivo, mas muito bem feito.


Arte gráfica/capa:
Para quem não entendeu o jogo de palavras: “Music Field Theory” é uma clara referência à Quantum Field Theory (QFT), ou Teoria Quântica de Campos, uma área da Física que lida com Física de Partículas e Altas Energia, Gravitação Quântica, Física da Matéria Condensada e outros, mesmo Física Matemática, como no caso dos Professores Doutores Marcos Moriconi (IF-UFF) e Lucca Moriconi (IF-UFRJ).


Por isso, a arte tem esse jeito que mexe com os sentidos, pois remete (embora não seja algo correto) à visualização de algo do universo quântico (algo proibido pelo Princípio da Incerteza de Heisenberg).


Letras:
Como é instrumental, o disco não possui letras. Mas os títulos das canções remetem claramente à todo universo da Física moderna e de alguns de seus eventos, e lendo no encarte, muitos fenômenos que chamam a atenção dos leigos são explicados de forma mais simples.


E não é simples lidar com temas complexos como micro-ondas de fundo cósmico (que é visto em uma das imagens mais clássicas do satélite Hubble), limite de Chandrasekhar, efeito Unruh (onde se percebe uma hipótese toda montada na Relatividade Geral de Einstein), entre outros temas muito interessantes. Vale a pena!

Destaques musicais:
Pode-se aferir que “Music Field Theory” é um disco de estreia que mostra uma banda promissora e com um longo caminho pela frente. Mas ao mesmo tempo, se percebe que eles já mostram alto nível em composições como:


“Cosmic Microwave Background”: Apesar de momentos mais agressivos (por conta da timbragem das guitarras), se percebe todo aquele ‘appeal’ técnico do Prog Metal moderno em vários momentos, justamente porque há muitos contrastes coexistindo nela (algo que não é permitido aos e- na natureza, graças ao princípio da exclusão de Pauli).


“The Lagrangian Points”: Técnica e cheia de partes de guitarras empolgantes, existem transições incríveis entre técnica e peso, mas também com partes mais cativantes (e que bela introdução na voz de Richard P. Feymann, acredito, ou eles só podem estar brincando).


“The Chandrasekhar Limit”: Uma pancada de peso e muita energia, com partes mais trabalhadas com enfoque técnico refrescante, e mesmo momentos mais etéreos e Progressivos. Aliás, ótimo trabalho da base rítmica em termos de baixo e bateria, algo que remete ao DEATH da fase “Symbolic”/“The Sound of Perseverance”.


“Fast Radio Bursts”: Linhas melódicas sinuosas, mas que tem um ‘appeal’ melódico irresistível, mesmo nas partes de maior peso, ou nos momentos em que a carga técnica (especialmente de baixo e guitarras) aparecem mais evidentes.


“Kugelblitz Black Holes”: Eis onde a banda mostra variações excelentes de partes mais duras e opressivas em termos de peso com momentos mais amenos e introspectivos (e consecutivamente, mais próximos do Rock Progressivo dos anos 70). As partes com guitarras limpas ficaram ótimas, verdade seja dita.


O disco inteiro é ótimo, e as citadas acima são apenas para a primeira audição. E ele pode ser ouvido nas seguintes plataformas digitais:




Conclusão:
A verdade é simples: há espaço para o CHRONON dentro do Metal nacional, já que este campo tem poucos representantes.


E aproveitem, pois “Music Field Theory” é um disco e tanto, um delírio para os sentidos, e uma introdução mínima para as belezas da Física.

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