03 - Lost Days
05 - Sentimentos Artificiais
06 - You Are Not the One
08 - Mindbreaker
09 - Break Down the Propechy
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LISTEN
Com “Red Eyes” a banda nacional Hatefulmurder não só apresentou a talentosa e carismática vocalista Angelica Burns, bem como mostrou uma vontade incrível de renovar seu heavy metal pesado, brutal e dinâmico. Aquele era o segundo álbum da banda e ajudou a reforçar a marca de seu nome definitivamente dentro da cena nacional.
“Reborn”, passo seguinte da discografia, chegou em 2019 mostrando que a vontade de promover sua sonoridade pesada por um redirecionamento melódico continua a mesma, sendo agora sustentada pela coesão e entrosamento dados à formação pela estrada e potencializada pela segurança em experimentar, mantendo suas fronteiras musicais abertas a novas possibilidades.
A única certeza para o Hatefulmurder parece ser o fato de nenhum dos músicos estar preso às fronteiras dos rótulos ou estilos! Eles caminham bem entre os tradicionalismos do thrash metal, do death metal, e até do metal tradicional, bem como oxigenam sua fórmula com a dinâmica do metalcore.
E faixas como “Spirit Deception” (um pedrada!), “Sentimentoss Artifíciais” (com groove matador) e “Santificado Seja Meu Ódio”, além da vibrante faixa-título (atenção ao som do baixo dessa música), são as provas disso, evidenciando faces diferentes da música do Hatefulmurder que podem ser exploradas com maturidade e inteligência, sem comprometer a personalidade musical do trabalho.
Porém, “Rise” (com seu groove nervoso) e “Lost Days” (iracunda, cheia de detalhes e com um refrão de primeira!) são, sem dúvidas, os dois melhores momentos do disco.
O atrito entre agressividade e melodia continua sendo o gerador da energia emanada nestas novas composições, e o contraste destes dois elementos ajuda a dar uma impressão de que injetaram mais peso aos arranjos que possuem, dispostos de maneira criativa, elementos de música eletrônica e metal industrial, que não estão aqui para instilar modernidade, mas sim para conferir profundidade à ambientação das música, reforçando e oxigenando sua identidade musical sem perder organicidade e um pingo de dinâmica (“You Are Not the One” é prova disso!)
As linhas de guitarra estão mais fluidas, com riffs pesados, bons solos e abordagens imprevisíveis, enquanto a cozinha sustenta as harmonias de forma consistente, porém, o destaque individual vai novamente para a vocalista Angelica que consegue ser brutal e cativante ao mesmo tempo.
Sem dúvidas, este terceiro disco mostra uma banda num claro e promissor processo de maturação. Maturação não só em termos musicais, mas também na forma como conduziram todo o processo de concepção do trabalho, à começar pelo ótimo trabalho de estúdio.
Parece que independência também é uma palavra de ordem para o Hatefulmurder, que consciente do público que os apoia executou com sucesso a campanha de crowdfunding para produzir “Reborn”, o que deu total liberdade à banda para seguir seu próprio caminho com paixão. Tudo isso impresso por uma produção impecável.
O ponto mais fraco do trabalho pra mim é justamente a capa. Mesmo que ela continue trazendo implicações mais sombrias para a música que embala, além de referências ocultistas que podem ser interpretadas pelos simbolismos que nos levam a alguns dos princípios herméticos, além do sol e da lua que estão ligados ao renascimento aludido no título, não dá para compará-la com a do álbum anterior.
Thank you very much
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