Gênero: Thrash Metal
1. Mountain of Origin
2. Tartarus
3. Eternal Stealing of Souls
4. Black Squad
5. We Are Metal
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Àqueles que curtem ficção científica, já pensaram em misturar dados de dois DNA’s distintos? Já imaginaram pegar as características de uma espécie e misturar com as de outra espécie para criar uma quimera? Metalicamente falando, na eterna busca pela identidade musical que este escriba tanto propõe, já pensou juntar elementos de duas escolas de um estilo para criar um som diferenciado?
Parece que a banda brasiliense Mofo teve essa ideia e a pôs em prática, pois foi essa a sensação que tive ao ouvir seu EP de estreia, Empire Of Self-Regard. A banda pratica um Thrash Metal com influências que passam fortemente pela escola alemã do estilo (principalmente Destruction) combinadas pelo DNA brasileiro do estilo. É inevitável: o Thrash nacional é facilmente reconhecido, assim como é o da Bay Area ou o alemão. Ainda, passagens de Groove ou mesmo de Hardcore tornam mais variado o som do Mofo. Tudo isso junto forma uma salada, daquelas bonitas e gostosas, e nem um pouco confusa para o paladar dos ouvidos.
Formado no ano de 2010, somente o guitarrista-fundador Rodrigo “Shakal” Loreto permaneceu na banda para registrar Empire Of Self-Regard, que foi gravado também por Emiliano Gomes (vocais), Artur Collona (guitarras), Pedro Dinis (contrabaixo) e Gustavo Melhorança (bateria). Em pouco mais que 18 minutos, a banda apresenta em cinco faixas um ótimo trabalho de Thrash Metal, muito bem mixado (função que ficou a cargo de Caio Duarte, do Dynahead) e com sujeira na medida sem prejudicar a boa audição de cada instrumento. Os timbres da bateria estão tremendos, com aqueles tons agudos maldosos e timbre de caixa profundo e forte.
Um riff martelado e frenético serve de cartão de visitas de Mountain Of Origin, faixa que abre o trabalho e que em quase quatro minutos já dá o recado do que se trata o som avassalador do Mofo: variado com momentos rápidos e agressivos que se alternam com outros mais groovados e pesados. A tiro-curto Tartarus explora certa complexidade em seus arranjos; ponto para o time das cordas Shakal-Collona-Dinis (este último teve o som de seu contrabaixo colocado em seu devido lugar, com bastante destaque). Aproveitando, o que está entre parênteses na última frase precisa ficar fora dele aqui, pois tem-se a impressão que o contrabaixo lidera uma investida de guerra e destruição com as guitarras pesadas a segui-lo em Eternal Stealing Of Souls, que traz em sua letra o título do EP e cuja ideia se encontra refletida na capa da mesma, uma imagem simples mas clara daqueles que se aproveitam do poder para se locupletarem em detrimento dos mais humildes. A alternância de solos também empolga bastante enquanto o baterista Melhorança protege com bastante pegada a retaguarda sonora.
Enquanto o instrumental segue a cartilha alemã e a brasileira do Thrash, os vocais de Emiliano Gomes obedecem a americana, lembrando em vários momentos Joey Belladona (Anthrax) ou James Hetfield (daquela banda). Pois bem, o ritmo de batalha parece ficar maior em Black Squad, até aqui a música mais rápida do EP e que também se apresenta bastante alternada. O EP se encerra com o golpe de misericórdia, o rolo-compressor We Are Metal.
Com esta ótima estreia, o Mofo se garante como uma das felizes revelações do cenário Thrash Metal nacional. Atualmente, a banda conta agora com o baterista João Paulo “Mancha”, que tem a missão de levar adiante a ótima performance que o baterista Melhorança performou aqui. Não só ele, como também os demais integrantes, que precisam (e podem) usar seus talentos para trabalhar com cada vez mais criatividade em trabalhos futuros (soltem um full-length o quanto antes!). Com este EP, os cientistas do Thrash pariram a quimera teutônica/tupiniquim. E este monstro está faminto e ainda terá muito que crescer. Cuidado, o Mofo está aí!
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