1. Of The Blue Fire
2. Black Thunders Of Zýr
3. Foreseeing The Future
4. Aquariü
5. Ghostwoods
6. Dunkelelf
7. Summoning The Cryptic Dæmonium
8. No Ímpeto Da Fúria
9. Trolls Filthy Madfeast
10. Chthonian Cyclops
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“Old Mystical Tales” chegou em 2019 carregado de expectativas por suceder o ótimo álbum de estréia, auto-intitulado e lançado em 2017, do Myrkgand, uma one-man-band paraibana dedicada a uma forma melódica e folk do metal extremo.
O Myrkgand foi criado em 2012 pelo multi-instrumentista Dmitry Luna, nome vinculado a marcas de respeito dentro do metal nacional como Malkuth, Hate Embrace e Luxúria de Lillith. Algo que chama a atenção, além da mistura pesada e versátil de black metal com ambientação folk e pinceladas de metal tradicional, são as inspirações das letras, sempre baseadas em mitologia e fantasia, criando uma imagética interessante desde a arte gráfica.
E isso está muito bem marcado nesse “Old Mystical Tales”, um disco que demonstra uma clara atenção aos detalhes, onde as dez composições parecem ser construídas com cada segundo pensado às minúcias. Com isso, a fórmula folk metal que oscila entre o black metal e o heavy metal mais tradicional não perde em dinamismo e força, simplesmente por ser harmonicamente coeso em sua proposta.
Os teclados por exemplo, estão bem alocados no segundo plano e guiam os climas com inteligência. Sim, é uma forma melódica e mais épica de praticar o black metal, lembrando bastante o Dimmu Borgir e o Cradle of Filth, esse último principalmente nos vocais gritados e nos urros em contraste com as vozes sussurradas, como ouvimos em “Of the Blue Fire” e “Ghostwoods”.
Mas não pense que só de desenhos melódicos , além de aspectos folk nos arranjos e nos coros, vivem estas composições, existe muita referência à sonoridade da segunda geração do black metal que dá um contraste interessante para o universo musical do Myrkgand.
O disco foi gravado, mixado e masterizado por Roland Grapow (ex-guitarrista do Helloween), que também produziu o trabalho ao lado do próprio Dmitry Luna, por sua vez responsável por todas as bases, exceto as linhas de bateria que ficaram sob responsabilidade de Kevin Kott, músico de bandas como Masterplan e At Vance.
Claro as participações especiais de altíssimo nível garantem bons momentos dentre as principais composições como “Black Thunders of Zýr” (com de Marcus Siepen, do Blind Guardian, e vocais adicionais de Luiz Louzada, do Vulcano), “Dunkelelf” (com suas pinceladas sinfônicas mais evidentes e algo mais gótico em suas sombras densas), “No Império da Fúria” ( um ótimo black metal em português remetendo aos clássicos do passado) e “Chthonian Cyclops” (com a participação de Liv Kristine)
Mas isso não significa que “Old Mystical Tales” justifique sua qualidade nos convidados, mesmo que eles tornem o resultado final ainda mais grandiloquente.
Talvez a melhor composição de “Old Mystical Tales” seja ” Aquariü” com suas mudanças de andamentos e algo mais progressivo nas guitarras, um excelente trabalho de bateria e a brilhante participação de Antonio Araújo, da banda One Man Army, nos vocais limpos. Creio que essa foi a participação que mais trouxe ganho à sonoridade do Myrkgand neste trabalho.
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