Gênero: Speed Metal, Punk Rock
1. Rock n' Roll Murderers
2. Iron Mohawk
3. Donos da Verdade
4. Whiskey with Lemmy
5. Oldskull Wardogs
6. Heavy Metal Storm
7. 666 Years Old
8. Speed Rock n' Roll Machine
9. To the Dirty Metal Alley
10. Fight This War, Fuck the Power
Eis uma banda talhada nas mais desvirtuosas tradições do heavy metal. Nascida como uma one man band liderada por Nts Oldskull (codinome de Raphael Ferreira), a banda paulista ARMA segue as linhas sujas, agressivas, etílicas e rápidas do Motorhead, aclimatado pela obscuridade dos mais recentes álbuns do Darkthrone, pincelando nuances de rock n’ roll setentista e speed metal oitentista, formatando um metal punk à moda old school.
Formada em 2014, apesar do pouco tempo de carreira, temos uma discografia de respeito dentro do underground, principalmente nos splits com bandas como Tümulto, Missão Metálica, Darkcharge, os japoneses do Abigail. e os gregos do Böneyard. “Rock n’ Roll Murderers” (2016) é o primeiro full lenght da banda, onde Nts Oldskull tocou os instrumentos e registrou todos os vocais, antes da entrada de Carlos Otr (Guitarras) e Vinícius Mephisto (bateria).
E se você gosta daquela imagética criada pelos deuses do Motorhead (como um perigoso fora-da-lei do metal) e que se ramificou de diferentes formas pela história do heavy metal, é impossível passar incólume a estas dez faixas que invocam os ensinamentos mais sujos, feios, e malvados de Lemmy Kilmister, com guitarras timbradas à textura “serra elétrica”, bateria metralhada e baixo corpulento, que se unem para construir andamentos velozes e pesados, guiados por vocais estupidamente agressivos e ásperos, como se curtidos no álcool.
Ou seja, o som é rápido, cortante e à moda antiga, como manda o figurino do speed metal, de motivos cavernosos e sem firulas nas faixas curtas, intensas, com um pé no thrash metal e outro na rebeldia punk, resvalando hora ou outra no rock n’ roll (como em “Whiskey With Lemmy”), tudo isso empacotado por uma produção orgânica e suja na medida certa.
As letras, em sua maioria escritas em inglês, são brutais e rudes, com raiva embutida nas linhas vocais iracundas e vomitadas, mas ainda assim inteligíveis.
Dentre os destaques temos a faixa-título (que também abre o álbum), junto a “Donos da Verdade” (cuspindo impropérios contra os hipócritas e falsos), “Heavy Metal Storm” (com aquelas palhetas na guitarra que nunca viram riffs, inerentes ao black metal), “666 Years Old”, “Speed Rock n´ Roll Machine” (com interessantes vocais limpos) e ” Fight This War, Fuck The Power”. Ou seja, quase o disco todo!
O que muitos podem apontar como uma cópia, eu prefiro encarar como uma homenagem mais justa e honrosa que a praticada pela bandas cover (ou tributo de preferir), pois dá continuidade aos ensinamentos musicais de uma época, de forma bem feita e autoral.
A banda ARMA parece saber muito bem onde está o limite que separa a inspiração e a homenagem da imitação, pois se aproxima dele tanto quanto quer, sem nunca cruzá-lo. Além disso, se ainda existir alguma dúvida de sua parte que o Motorhead é a raiz de tudo o que existe hoje no metal extremo, dê um conferida neste trabalho.
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