Gênero: Alternative Metal
02. Lonely
04. Supernova
LISTEN
Esse é mais um daqueles casos em que o EP revela-se bom, mas insuficiente. Insuficiente pela vontade que nos gera de ouvir mais músicas do artista em questão. Muitos EPs são completos em si mesmos, mas outros nos instigam a querer mais conteúdo, e isso é um mérito da banda. Indo bem direto ao assunto, toda a parte de produção do disco “Supernova”, do Burn Incorporated, foi bem executada. A capa e o trabalho gráfico do encarte, desenvolvidos por Gustavo Sazes, são bem acabados e de muito bom gosto. Quanto ao som, a qualidade de captação dos sons de bateria, nos primeiros segundos de audição, revela índices satisfatórios da gravação realizada pelo produtor Fábio Fonzare, que serão confirmados conforme os demais instrumentos vão se incorporando à composição.
A musicalidade do quarteto é um misto de Heavy Metal, Prog, Classic Rock e Hard, sem se fixar rigidamente em nenhuma das extremidades desse quadrilátero. Cada um dos músicos revela-se hábil em seu respectivo instrumento. Quanto aos vocais…
Eu gostei da voz de Hariel Davela. Seu timbre é um pouco diferente do que encontramos costumeiramente por aí, pelos padrões mais comuns. Essa é justamente a parte que me atrai: possuir uma identidade, não soar como se fosse orientado para seguir o estilo do medalhão X ou Y. Quando escutamos pela primeira vez, estranhamos um pouco, mas justamente pelo fato de ir por um caminho que se desvia daquele que imaginamos em nossa cabeça quando escutamos esse tipo de música. A voz de Hariel traz o teor ríspido que falta no contexto do som da banda e, fazendo isso, torna-o mais completo. Dito isso, é necessário que o conjunto como um todo continue trabalhando para sintonizar suas partes, pois a métrica da primeira canção, “Hate”, parece soar um pouco truncada, prejudicando o seu resultado.
A prova disso está bem ali, na canção seguinte, “Lonely”. Ela surge bem mais leve – no sentido de sua interpretação – com cada um bastante à vontade. “Lonely” flui contagiante em seu andamento e ainda avança degraus acima no momento de seu ótimo refrão! Trata-se de uma composição plenamente acabada, isenta de qualquer retoque.
“Until The End” representa o outro lado do espelho, com seus quase dez minutos de melodia mais contida. A faixa tem inspiração nas baladas pesadas do Metallica e alterna entre momentos introspectivos com outros de pura explosão. O guitarrista Gabriel Alonso faz suas intervenções com muito bom gosto e, quando a música termina, você tem a sensação de que ela é bem mais curta do que sua real duração poderia demonstrar.
A faixa título encerra o EP e se trata de uma instrumental com as mesmas qualidades de composição que encontramos no restante do trabalho. Existem arestas a serem aparadas, mas é certo que o Burn Incorporated realizou o seu prefácio criando expectativas para o restante da história que irão escrever. Que venha logo um álbum completo, inaugurando os capítulos de sua trajetória.
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