Gênero: Death Metal, Speed Metal
1 - Ritual Primitivo (Intro)
2 - Negro Metal da Morte
3 - A Lei do Aço
4 - Sword of Vengeance
5 - Furia Maldita
6 - Odio Eterno
7 - O Martelo das Bruxas
8 - Bite It You Scum (GG Allin cover)
9 - Furia Maldita
10 - Odio Eterno
11 - O Martelo das Bruxas
12 - A Priest Burned by Witches
13 - The Triumph of Chaos
14 - United by Hatred
15 - Frozen In Time
16 - Into the Abyss I Fall
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LISTEN
O Primitive foi criado em 2014 pelo guitarrista e vocalista “multi-bandas” NTS Oldskull, que antes mantinha sozinho o grupo, compondo e gravando todos os instrumentos. O CD Negro Metal da Morte é o primeiro material gravado em trio pela banda, que agora também conta com Armando Exekutor (front-man do Flagelador) no baixo e backing-vocals e o mineiro Mitchell Franckevicius, que além de tocar bateria no Primitive, atualmente faz vocais no Metraliator.
O selo brasileiro Cianeto Discos lançou 1000 cópias do CD no final do ano de 2016, em parceria com a Metalvox e a Profanorum Produções. O material, além de contar com o álbum Negro Metal da Morte, ainda tem mais oito faixas bônus, totalizando 53 minutos de black/thrash áspero com muita pegada punk. As composições mais novas do Primitive lembram bastante o Darkthrone do começo dos anos 2000, principalmente nos discos Sardonic Wrath e The Cult is Alive, muito em razão dos vocais de NTS Oldskull. A banda mescla a referência da banda norueguesa com riffs e clima oitentista, tendo como norte bandas que beberam da fonte do Motörhead e do Venom, como os italianos do Bulldozer e os húngaros do Tormentor.
A gravação das oito faixas inéditas foram realizadas no Caffeine Sound Studio em São Paulo, pelo músico e produtor Renato Gimenez. A sonoridade é bem crua e, como não poderia deixar de ser, primitiva. Algo que em 2017 pode ser uma questão de estilo e gosto mas muitas vezes acaba prejudicando o poder de ataque do som da banda. Se fossem utilizadas mais frequências agudas talvez a bateria poderia ser ouvida com mais clareza, marcando de forma mais incisiva o ritmo, o grave do baixo ficaria mais destacado e as guitarras ficariam mais à frente, deixando o vocal mais encaixado e dentro do som, pois muitas vezes as vozes soam altas demais.
Negro Metal da Morte começa com uma introdução macabra que remete aos trabalhos do produtor Renato em seu projeto solo RG Noise City, apesar de não estar creditado como compositor da faixa no disco creio que ele esteja por trás de sua concepção e ela é logo emendada com a música que dá título ao álbum, que mostra um lado mais heavy metal do Primitive. Logo em seguida “Lei do Aço” e “Sword of Vengeance” começam a demonstrar a influência punk do baterista Mitchell nas músicas inéditas que não constam na demo de 2015.
A quinta faixa, “Fúria Maldita” é lotada de agressividade e variações de andamento, onde o Primitive circula com facilidade entre batidas mais rápidas que lembram a cena black metal escandinava dos anos 90 e d-beats cavalgados. A melhor música do disco tem solos gelados de NTS Oldskull e letra raivosa, onde o baixista Armando Executor canta o verso “Eu não sou seu escravo. Não adianta me impor as suas leis. Eu não sigo ninguém. Sou livre para viver como eu quiser. Até a minha morte”. O dueto de vocais de Oldskull e Executor enriquecem os diferentes climas nas partes que compõe as músicas, algo que também acontece na faixa seguinte, “Ódio Eterno”.
“Martelo das Bruxas” é a última composição própria de Negro Metal da Morte, que termina com uma versão para a música “Bite It You Scum” do roqueiro estadunidense GG Allin, carimbando a influência punk e rock n´roll que o Primitive adotou a partir do lançamento da demo Metal Primitivo, em 2015, época na qual NTS Oldskull ainda gravava todos os instrumentos.
As três faixas da demo de 2015 são as primeiras faixas bônus do CD, todas regravadas para Negro Metal da Morte (“Fúria Maldita”, “Ódio Eterno” e “Martelo das Bruxas”). A gravação da demo soa bem mais digital e tem aspectos positivos e negativos em comparação com as regravações. O que merece destaque positivo são as frequências agudas, que aparecem bem mais, principalmente nos belos riffs nas partes instrumentais das canções. Agora sempre que eu ouvir a versão do álbum de “Fúria Maldita” vou sentir falta do solo que fecha a música na sua versão demo. A primeira gravação de “Ódio Eterno” confirma que o som mais estridente parece combinar mais com o som do Primitive, pois dá mais destaque as variações de riffs. Já a demo de “Martelo das Bruxas” é um convite ao air guitar e a um brinde de bebida quente e vagabunda.
Para encerrar o material lançado pela Cianeto Discos, mais cinco faixas bônus, desta vez de uma compilação de 2015 da banda com um nome que aponta o caminho que o Primitive vem fielmente seguindo desde então, Cada dia Mais Podre, Sujo e Primitivo. Apesar do título em português, todas as músicas da compilação são em inglês, este fato, junto ao vocal mais esganiçado e uma composição mais tradicional ao black metal fazem as músicas perderem em energia comparadas com as de Negro Metal da Morte e da demo Metal Primitivo. Ao invés das faixas finais retiradas de Cada Dia Mais Podre, Sujo e Primitivo, que tornam cansativa a audição completa do material, poderiam ter incluído a excelente versão da música “Na Cerveja eu Acredito”, da banda carioca Sakhet, para finalizar o CD em grande estilo.
Negro Metal da Morte é uma boa estreia do Primitive e irá agradar tanto quem curte black metal quanto quem é fã de crust/punk e não enxerga problemas na mistura do estilo com o metal. Como dizem os cariocas da banda Velho, “Vida longa ao Primitivo”, que o Primitive continue com seu “Ódio Eterno” ao cristianismo, a Igreja Católica e a toda sua moral e dogmas.
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