Gênero: Alternative Rock
1 The Waiting
2 Irreversible
3 Frequencies
4 Decline Of Modern Life
5 Miracle
6 Our Song
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LISTEN
Além de prover um espaço para anúncios publicitários e entretenimento que mistura competição, música, participação popular e habilidade com o playback, o programa Super Star da Rede Globo revelou a banda brasiliense Scalene, que mostrou que o rock nacional tem sim outras vertentes mais modernas, podendo se basear em experiências como a dos ingleses do Radiohead ou dos americanos do Queens Of The Stone Age. Não é preciso seguir a tradição do rock dos anos 80 ou necessariamente seguir uma vertente preocupada com o lado comercial.
Há algumas semanas, conheci a banda brasileira Remove Silence por meio do novo clipe, “Irreversible”. Eu sabia que havia experiências sonoras dentro do rock nacional que partilhavam influências muito mais raras dentro do cenário do país, mas poucas vezes vi um trabalho tão bem acabado quanto o deles. Música climática, envolvente, mistura o rock’n’roll das guitarras com aparatos eletrônicos de ponta (um dos instrumentos utilizados pela banda e que aparece no clipe eu só havia visto anteriormente sendo usado ao vivo pelo disc jockey da Björk). O resultado é uma música que tem um pouco do Garbage e muito de Depeche Mode e Nine Inch Nails.
O grupo paulistano tem dois discos completos (Fade, de 2010, e Stupid Human Atrocity, de 2012) e dois EPs, Little Piece Of Heaven (2013) e o recém-lançado Irreversible (2015), que já pode ser encontrado no iTunes (e todo o material deles está disponível de graça no Soundcloud). O grupo já teve Hugo Mariutti nos vocais e na guitarra, mas atualmente conta com Danilo Carpigiani (vocais e guitarra), Ale Souza (baixo e vocal), Leo Baeta (bateria) e Fabio Ribeiro nos teclados, um velho conhecido da cena metaleira que já tocou e gravou com Angra, Shaman e André Matos.
Embora tenha apenas seis faixas, o grupo trabalhou muito bem a sonoridade e a composição de cada faixa. “The Waiting”, a perfeita abertura, é um emaranhado de sons que captam sua atenção até direcioná-la para o piano de Ribeiro e para um clima pesado que contrasta com a suavidade dos vocais. Nada soa apressado ou gratuito, prova disso é que a faixa leva mais de 5 minutos para que soe o primeiro acorde de guitarra. “Irreversible” já é mais direta. A atmosfera já foi toda construída na faixa anterior, então chega mostrando como aliar linhas modernas de baixo e guitarra com efeitos eletrônicos. E há um solo eletrônico feito com iPad e sons extraído do Arp Odyssey, um moderno sintetizador que aparece no clipe da música. Assim como os trabalhos anteriores, Irreversible continua misturando a criação de climas por meio de inovações técnicas e estéticas com um estilo de composição mais direto, aproveitando a pegada de todos os músicos da banda. E assim temos a bela “Frequencies”, que destaca um primoroso trabalho de bateria de Baeta, conferindo uma percussão tribal/regional à boa parte da faixa. “Our Song”, que fecha o EP, lembra até um pouco do Rammstein, mas termina encontrando seu próprio caminho, resolvendo a composição de forma bastante melódica e até menos opressiva do que o resto do trabalho.
“Decline of Modern Life” segue coloca bateria, baixo e guitarra no comando da canção. Além do ótimo refrão, o timbre da guitarra é delicioso e não deixa de emular um ruído eletrônico. Assim como “Frequencies”, é uma faixa que lembra o projeto Chroma Key, comandada por Kevin Moore, ex-tecladista do Dream Theater que gravou os álbuns When Day And Dream Unite (1989), Images And Words (1992) e Awake (1994) antes de deixar o metal progressivo. “Miracle” completa o EP com mais uma introdução eletrônica, conduzindo a composição para mais um bom refrão e um andamento mais upbeat do que o inicial.
Obrigado pela postagem!
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