Gênero: Progressive Metal
1. Unobtainium
2. The Whip of God
3. Sitar Sauvage - instrumental
4. Trail of Sins
5. Until the Day It Comes
6. The End
7. Hymn to Sirius
8. Asaty
9. Truth - instrumental
10. Rising Power
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O título “to the false” como álbum para uma banda que se traduz por “herege”, soa um tanto quanto ambíguo. “Ao falso” seria uma alusão aos antigos tribunais da idade média, que buscavam ardentemente por acusações de heresia ou simplesmente reacendo o sentido combater a falsidade? Ou ainda se é uma mensagem aos falsos apoiadores que se tornaram uma sombra no meio do metal.
Independente de qual seja a real intenção, “to the false” é um marco na carreira do Heretic. Foi nesse álbum que eles deixaram uma característica que até então acompanhava a banda: ser instrumental. “ ‘to the false’ pra mim é um disco muito importante porque já quebra essa barreira.”, disse Guilherme. O que pautou essa decisão foi o contato de Erich Martins, que viu a banda no Youtube e decidiu fazer um teste de voz. Só tinha um porém, ele estava em Portugal. “O instrumental foi gravado todo em Goiânia e as vozes em Lisboa. Nosso primeiro disco com voz. E não parou.”, contou Guilherme.
Reza a lenda que para se tornar um herege de verdade, a pessoa deve ser advertida por uma autoridade eclesiástica. E autoridade não falta no “to the false”, incluindo o baterista do Gojira, que participou em uma das faixas do álbum. “O legal desse disco de 2017 é que tem uma faixa, a ‘Citar Savage’, que foi o batera do Gojira que gravou, o Mario Duplantier, rolou uma ocasião de internet e a gente conseguiu essa faixa com ele. Foi um quê a mais pro disco.”, disse Guilherme. “Além dele teve a participação do Luis Maldonalle, que é aqui de Goiânia, super virtuoso, escola do Malmsteen. Teve o Lucão, ele fez um solo de guitarra na primeira música.” A arte da capa “veio a ideia de unir um símbolo milenar que afasta justamente mal olhado e mentiras com a simbologia ocidental de mostrar o dedo do meio.”
Heretic entra de cabeça nas referências musicais ao incluir em seu projeto diferentes instrumentos. Entre eles estão: cítara, sintetizador, flauta, esraj, sarangi, tanpura, zurna, baglama, bouzouki, darbuka, que conciliam a música indiana, grega, egípcia, com heavy metal thrash, death, entre outros. Essa mistura de elementos fica clara já no início da primeira música. “Unobtainium” honra o nome quando inclui diversas qualidades distintas, assim como o super metal, ainda não descoberto pelos cientistas (ou já?). A voz do Erich Martins soa tão poderosa como a do David Coverdale em “Burn”. Lá perto dos quatro minutos, Lucas Cão brinca com a guitarra em um solo que vale a pena cada segundo. A questão é que, só a primeira música já parece um disco inteiro. Em cinco minutos, ela se torna uma psicodelia com música indiana, com uma cara de sensualidade persa, à lá Xerxes no filme “300”. A letra é um tapa na cara quando diz: “change is pretty bad/ but nothing is as painful as/ staying stuck somewhere you don´t belong.”(mudar é ruim, mas nada é mais doloroso do que ficar parado em um lugar que você não pertence).
“The Whip of God” começa em ritmo oriental e vai se mesclando com a guitarra e a bateria. A voz aqui é mas grave e sobrepujada como um eco. A banda volta às suas raízes com a instrumental “Sitar Sauvage”. A música em si é uma viagem e a sua linguagem própria funciona bem sem letras. Em tempos de que mais é mais, o menos aqui se torna o principal para compreender o sentido. A bateria de Mario Duplantier faz uma fusão harmoniosa com os outros instrumentos. Ela não se destaca, como acontece em alguns casos com músicos convidados. Não, aqui o astro é a própria música. “Trail of Sins” começa como uma trilha de filme de fantasia, a lá gato da Alice, mas se transforma com uma virada de bateria, assim como acontece com “Until the Day It Comes”. A quinta música do álbum traz elementos mais pesados e uma batida mais rápida. “warriors depart for clash/ glory and honor/ is what we are looking for.” (guerreiros partem para confronto / glória e honra / é o que estamos procurando).
Difícil achar palavras para “The End”. Ela não soa tão experimental quanto as outras, mas ainda assim tem um ritmo mais groovado, e com uma pitada de brasileirismo. A letra é uma peça a parte. “How many people who are dying to live/now the end has just begun/inside my soul it´s broken/ but in the dark/ i´m eager to be free.” (Quantas pessoas estão morrendo para viver / agora o fim apenas começou / por dentro minha alma está quebrada / mas no escuro / estou ansioso para ser livre). “Hymn to Sirius” começa com um ritmo mais marcado e logo nos primeiros quinze segundos a bateria aparece com tudo. Poderia bem ser um hino à guerra. “Thor´s helmet/leading the trail/road to nowhere/sirens calling out for war”. (Martelo do Thor/ liderando a trilha/ estrada para o nada/ sirenes chamando pela guerra).
Há uma quebra logo no começo de “Asaty”. Seria a representação do caos? A primeira estrofe diz “Hurricane sweeps the land/leaving no trace of memory/just nightmares to the end”. (Furacão varre a terra/deixando nenhum sinal de memória/só pesadelos até o fim). A guitarra vai num crescente que, combinada com os outros elementos da música, cria uma sensação de desespero. “Truth” é um oásis. Um gole de água no meio do calor do deserto. A última música é a mais diferente do álbum. Assim que ela começa, você se pergunta se ainda está ouvindo o mesmo álbum, ou é algum eletrônico que apareceu por ali na lista. “Rising Power” tem um quê otimista que vai tanto pela música quanto pela letra. “´Cause we are no longer the underdogs/we are the rising power.” (Porque não somos mais os oprimidos / somos o poder crescente).
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